Uma explosão abrupta interrompeu o sono de Luis Har, fazendo-o rolar para fora da cama em busca de proteção. Em meio ao caos, ele temeu que o prédio onde estava detido desabasse a qualquer momento.
Logo após, o som de intensos tiros ecoou. Em meio à confusão, alguém chamou seu nome e gritou: “Somos da IDF, viemos resgatá-lo e levá-lo para casa”.
Para Har, foi uma experiência surreal ser resgatado pelas forças especiais israelenses em 12 de fevereiro, após mais de quatro meses de cativeiro sob o controle do Hamas.
“Naquele momento, questionei a realidade. Perguntei a um dos soldados: ‘Você tem certeza de que não estamos em um filme?’ Tudo parecia tão surreal. Ainda hoje, não sei o que é real e o que não é”, disse Har.
Aos 71 anos, Har foi feito refém durante o ataque do Hamas em 7 de outubro, no sul de Israel. Juntamente com quatro parentes, incluindo a sobrinha adolescente de seu parceiro, eles foram capturados em uma casa no Kibutz Nir Yitzhak e levados para Gaza.
Enquanto três dos reféns foram libertados durante uma trégua de uma semana em novembro, Har e o irmão de seu parceiro foram mantidos em cativeiro em Rafah, no sul, até o resgate em fevereiro.
Har recorda os dias no cativeiro, onde conversavam sobre suas aspirações de cozinhar e viajar. Porém, também houve períodos de depressão, onde o silêncio dominava.
“Eu senti isso no meu corpo. E então as lágrimas começaram a cair”, disse ele.
Falando na sede em Tel Aviv para o fórum de famílias de reféns em Gaza, Har expressou a urgência de libertar os 134 cativos restantes.
“É crucial acabar com o sofrimento de suas famílias. É urgente. Cada dia que passa é terrível”, ressaltou ele.
Israel afirma que não cessará sua campanha contra o Hamas até que todos sejam libertados. Para Har, mesmo após retornar a Israel, as lembranças do cativeiro ainda o assombram.
“É impossível simplesmente esquecer. Está dentro de mim”, concluiu.