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sábado, 12 outubro, 2024
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Putin alerta que a Rússia está pronta para confronto nuclear, caso seja necessário

Por Marina B.

O presidente Vladimir Putin alertou o Ocidente nessa quarta-feira (13), que a Rússia estava tecnicamente pronta para a guerra nuclear e que se os EUA enviassem tropas para a Ucrânia, seria considerado uma escalada significativa do conflito. Faltando apenas alguns dias para a eleição que acontecerá entre 15 a 17 de março, e que certamente lhe dará mais seis anos no poder, Putin disse que o cenário de guerra nuclear não estava “apressado” e que não via a necessidade do uso de armas nucleares na Ucrânia.

“Do ponto de vista militar-tecnológico, estamos, é claro, prontos”, disse Putin, que tem hoje 71 anos, à televisão Rossiya-1 e à agência de notícias RIA, em resposta a uma pergunta se o país estava realmente preparado para uma guerra nuclear. Putin disse que os EUA entendiam que se implantassem tropas americanas em território russo – ou na Ucrânia – a Rússia consideraria a ação como uma intervenção. “(Nos EUA) há especialistas suficientes no campo das relações russo-americanas e no campo do controle estratégico” e continuou: “Portanto, não acredito que tudo esteja correndo para isso (confronto nuclear), mas estamos prontos para isso.”

A sinalização de Putin veio ao lado de outra oferta, em uma conversa sobre a Ucrânia, como parte de uma nova demarcação da segurança europeia pós-Guerra Fria. Os EUA dizem que Putin não está pronto para conversas sérias sobre a Ucrânia. A guerra na Ucrânia desencadeou a crise mais profunda nas relações da Rússia com o Ocidente desde a Crise dos Mísseis de Cuba, em 1962, e Putin vem alertando por diversas vezes o Ocidente, sobre o risco de provocar uma guerra nuclear, caso outras nações enviem tropas para lutar na Ucrânia.
Putin enviou dezenas de milhares de tropas para a Ucrânia em fevereiro de 2022, desencadeando uma guerra em grande escala.

Em um ano de eleições nos EUA, o Ocidente está lidando com a questão de como apoiar Kiev contra a Rússia, que agora controla quase um quinto do território ucraniano e está se rearmando muito mais rápido do que o Ocidente e a Ucrânia. Kiev diz que está se defendendo contra uma guerra de conquista imperial, destinada a apagar sua identidade nacional. A Rússia diz que as áreas que controla na Ucrânia agora são russas. Putin enviou uma série de avisos nucleares públicos aos EUA, com o objetivo de desencorajar um maior envolvimento na Ucrânia – um movimento que o Kremlin diz que marcaria um deslize para a guerra mundial.

Washington diz que não viu grandes mudanças na postura nuclear da Rússia, mas os avisos nucleares públicos de Putin – que quebram com a extrema cautela da liderança soviética sobre tais comentários – semearam preocupação em Washington. Putin reiterou que o uso de armas nucleares estava previsto na doutrina nuclear do Kremlin, que estabelece as condições sob as quais usaria tal arma. Seria como resposta a um ataque que fossem usadas armas nucleares, outras armas de destruição em massa, ou o uso de armas convencionais contra a Rússia “quando a própria existência do estado estiver ameaçada.”

“As armas existem para serem usadas”, disse Putin. “Temos nossos próprios princípios.” A CNN informou no sábado que a administração do presidente dos EUA, Joe Biden, estava especificamente preocupada em 2022, que a Rússia pudesse usar uma arma nuclear tática ou de campo de batalha na Ucrânia. Putin disse que nunca sentiu a necessidade de usar armas nucleares na Ucrânia.

Putin disse que a Rússia estava pronta para ter uma conversa séria sobre a Ucrânia. “A Rússia está pronta para negociações com a Ucrânia, mas elas devem ser baseadas na realidade – e não em desejos após o uso de drogas psicotrópicas”, disse ele.
A Reuters informou no mês passado que a sugestão de Putin de um cessar-fogo na Ucrânia, para congelar a guerra, foi rejeitada pelos EUA após contatos entre intermediários.

O diretor da Agência Central de Inteligência dos EUA, William Burns, alertou no início desta semana, que se o Ocidente não fornecesse apoio adequado à Ucrânia, Kiev perderia mais território para a Rússia, o que fortaleceria o presidente chinês, Xi Jinping. Burns, ex-embaixador dos EUA na Rússia, disse ao Comitê de Inteligência do Senado que era do interesse dos EUA, apoiar a Ucrânia para permitir que ela ficasse em uma posição mais forte antes das negociações.

Putin disse que não confiava em ninguém e que a Rússia precisaria de garantias de segurança por escrito em caso de acordo. “Eu não confio em ninguém, mas precisamos de garantias, e garantias devem ser detalhadas, elas devem ser tais que ficaríamos satisfeitos”, disse ele finalizando.

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