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quarta-feira, 16 outubro, 2024
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PT assina resolução do Foro de São Paulo, que reconhece vitória de Maduro na Venezuela

Por Alexandre Gomes

O Partido dos Trabalhadores (PT) assinou uma resolução do Foro de São Paulo que reconhece a vitória eleitoral de Nicolás Maduro na Venezuela e expressa solidariedade ao regime chavista. O Foro de São Paulo é uma organização que reúne partidos e movimentos de esquerda da América Latina, e o documento foi elaborado durante um encontro do grupo no México, que ocorreu antes da posse de Claudia Sheinbaum à Presidência do país, conforme descrito em matéria da CNN.

A secretária executiva do Foro de São Paulo, Mônica Valente, que também é membro da executiva nacional do PT, esteve presente no evento e assinou a resolução em nome do partido. No entanto, essa posição não foi amplamente divulgada no Brasil. De acordo com fontes internas, o PT optou por não tornar pública sua participação na assinatura do documento devido ao temor de que isso pudesse gerar repercussões negativas no cenário político doméstico, especialmente nas eleições municipais de 2024.

A posição do PT em relação ao regime de Maduro na Venezuela tem sido fonte de desconforto dentro do próprio partido. O deputado federal Reginaldo Lopes (PT-MG), em entrevista à CNN, criticou a postura adotada, afirmando que há uma desconexão entre a posição do partido no Foro de São Paulo e o que defende a maior parte dos simpatizantes do PT, assim como o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Segundo Lopes, “somos um partido conectado com a democracia”, e a situação política na Venezuela sob o comando de Maduro gera “constrangimento” para a América Latina.

Além das críticas internas, o governo brasileiro também tem sido alvo de questionamentos por parte de outros integrantes do Foro de São Paulo, que consideram a posição do Brasil em relação à crise venezuelana ambígua e insuficientemente clara. Ana Prestes, secretária de relações internacionais do PCdoB e representante do partido no Foro, declarou à CNN que “a posição do governo brasileiro é confusa e precisa ser mais clara”.

Essa crítica reflete uma insatisfação de parte da esquerda latino-americana com a postura do governo Lula, que tem evitado adotar uma posição firme em relação ao governo de Maduro, ao mesmo tempo em que procura manter o diálogo com outros setores políticos na região.

O contexto se complicou ainda mais com uma recente declaração do procurador-geral da Venezuela, Tarek Saab, que acusou o presidente Lula de ser um “agente da CIA”. Essa declaração causou desconforto entre aliados de Lula, mas Ana Prestes minimizou o impacto da fala, afirmando que o presidente venezuelano Nicolás Maduro não endossou a acusação de Saab. Segundo Prestes, o apoio popular ao chavismo continua sendo maior do que a adesão à oposição no país, e ela defendeu que não há evidências de que Maduro tenha perdido as eleições.

Essa situação reflete as tensões e contradições nas relações entre partidos de esquerda da América Latina, especialmente em um momento em que a crise política e econômica na Venezuela continua a ser um tema sensível para o continente, impactando tanto as relações diplomáticas quanto as estratégias eleitorais dos partidos envolvidos.

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