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quarta-feira, 18 setembro, 2024
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Proibição de celular nas aulas: escolas europeias estão a adotar gradualmente

Por Marina B.

Devido ao risco de assédio digital das crianças na escola e de falta de concentração, alguns países europeus estão a começar a introduzir uma proibição de utilização dos smartphones nas escolas.

O risco de assédio digital das crianças na escola e a falta de concentração são algumas razões que levaram alguns países europeus a introduzir a proibição dos smartphones nas escolas a partir de 1 de setembro de 2024.

Para garantir o cumprimento da lei, os professores e outros membros escolares têm o direito de revistar a mala dos alunos.

Hungria
Na Hungria, a medida já entrou em vigor, mas nem toda a gente é a favor desta medida. Em Budapeste, o diretor de uma escola secundária demitiu-se do seu cargo por se opor à medida, o que levou a uma manifestação de apoio à porta da escola.

“No início da aula, o professor pedia-nos para colocarmos os celulares em cima da mesa, ou na mesa do professor, e nós fazíamos isso e a aula funcionava perfeitamente. Por isso, penso que essa teria sido uma solução muito melhor para o problema”, conta um aluno.

Grécia
A Grécia foi um dos países que já anunciou que vai adotar esta medida assim que iniciar o ano letivo, a 11 de setembro.

Os alunos podem levar os seus celulares para a escola, mas “devem mantê-los dentro das mochilas durante todo o dia de aulas”, anunciou o primeiro-ministro grego, em Atenas, no sábado, ao anunciar a campanha “Celular na mochila”.

“Os dados científicos sobre a forma como a utilização de celulares durante o dia escolar afeta o próprio processo de aprendizagem são avassaladores”, explica.

Os alunos que não cumprirem as regras terão um dia de suspensão da escola e em caso de reincidência, os professores podem suspender os alunos das aulas durante vários dias.

A utilização do celulares para filmar colegas ou professores, sem autorização, pode valer a expulsão do aluno da escola.

“Não esperamos necessariamente um cumprimento a 100% desde o primeiro dia, mas queremos que as crianças, os seus pais e educadores compreendam a importância de os alunos se concentrarem inteiramente no processo educativo na escola”, afirmou o primeiro-ministro Kiriakos Mitsotakis.

Países Baixos
Nos Países Baixos a medida para as escolas básicas e secundárias já tinham entrado em vigor em janeiro, mas a partir desta semana, os alunos do ensino primário também deixam de poder levar celulares para a sala de aula.

No entanto, o acordo nacional entre as escolas e o Governo permite alguma margem de manobra em que as escolas são livres de decidir como aplicar a proibição dos celulares. Se um celulares for considerado necessário para o conteúdo da aula, por exemplo, numa aula sobre literária mediática, a escola pode conceder uma exceção.

A escola também abrirá exceções para os alunos que estejam dependentes do celulares por razões médicas ou devido a uma deficiência.

Os alunos devem deixar o telefone em casa ou trancá-lo num cacifo.

Dinamarca
A Dinamarca também vai experimentar a proibição em cerca de 200 escolas este ano.

A primeira-ministra dinamarquesa Mette Frederiksen é uma defensora da limitação do uso de celulares inteligentes nas escolas.

Várias escolas na Dinamarca são a favor da proibição dos celulares durante as aulas e esperam que esta medida melhore a saúde mental e as relações entre os alunos.

Na Escola Secundária de Esbjerg, os alunos são obrigados a colocar o celular num “cofre para celulares”.

“Não sei se vai haver mais silêncio durante as aulas, porque as pessoas ainda podem usar os seus computadores. Podemos aceder ao Snapchat no computador e conversar com as pessoas que lá estão”, diz um aluno.

França
Em França, onde a proibição de celulares nas escolas secundárias foi consagrada na lei em 2018, cerca de 200 escolas secundárias comprometeram-se a ir mais longe este ano, testando uma “pausa digital” total.

Cerca de 50.000 dos alunos terão de deixar os seus celulares à entrada da escola e recolhê-los no final do dia.

De acordo com o ministro da Educação francês, esta medida poderá ser generalizada já em janeiro de 2025.

Bélgica
373 escolas da Valónia francófona e da capital, Bruxelas, tomaram medidas contra os celulares.

Os alunos são avisados de que, se o seu celular for confiscado, os pais terão de o ir buscar à escola. “Estamos lá para aprender e não para olhar para o celulares”, afirma uma aluna da Athénée Royal de l’Air Pur. Acho que é uma boa ideia proibir os celulares”.

A proibição foi reforçada por um incidente que ocorreu no ano passado, quando um vídeo de um professor a repreender um aluno foi colocado online sem o seu conhecimento.

O diretor de Estudos do Athénée explica que o incidente “teve um impacto no estado de espírito do professor e causou alguns danos”.

Itália
No mês passado, o ministro italiano da Educação, Giuseppe Valditara, anunciou a proibição de celulares em todas as salas de aula das escolas. Os smartphones vão ser proibidos nas escolas primárias e secundárias em Itália.

Croácia
Cada vez mais escolas na Croácia estão também a implementar a proibição. As escolas de Split, Zagreb, Osijek e Rijeka proibiram a utilização de celulares durante as aulas, bem como nos intervalos entre elas.

Os alunos estão autorizados a ter o celular consigo, mas a utilização do aparelho é proibida.

A proibição não se aplica aos alunos que sofrem de diabetes e que precisam do celular para medir o nível de açúcar no sangue.

De acordo com um inquérito recente do Instituto de Investigação Social, os professores de todas as regiões apoiam, em geral, a proibição, enquanto as reações dos alunos continuam divididas.

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