O príncipe William expressou profunda preocupação com o aumento do antissemitismo no Reino Unido durante uma visita a uma sinagoga em Londres na quinta-feira (28), retomando suas funções públicas dois dias após uma ausência surpreendente de um evento real de destaque.
Uma semana depois de apelar pelo fim do conflito entre Israel e Hamas em Gaza, onde lamentou o alto número de vítimas, o herdeiro do trono se encontrou com jovens embaixadores do Holocaust Educational Trust, que trabalham para combater o ódio em meio a um aumento dos abusos e ataques à comunidade judaica britânica.
“Minha esposa Catherine e eu estamos profundamente preocupados com o aumento do antissemitismo, sobre o qual vocês falaram esta manhã, e sinto muito se algum de vocês enfrentou essa situação”, disse o príncipe. “Estou aqui hoje para garantir a todos vocês que as pessoas se importam e estão ouvindo.”
Durante sua visita à Sinagoga Western Marble Arch, o príncipe William, usando um kipá, conversou com sobreviventes do Holocausto e ouviu relatos de estudantes judeus sobre o aumento do antissemitismo, incluindo ameaças de morte e agressões.
Na quarta-feira, o primeiro-ministro britânico Rishi Sunak anunciou 54 milhões de libras (aproximadamente 68 milhões de dólares) em novos fundos para proteger as comunidades judaicas, após dados mostrarem que os incidentes antissemitas atingiram um nível recorde na Grã-Bretanha no ano passado.
A intervenção direta de William na semana passada no conflito de Gaza, com seu apelo pela paz e pela libertação de todos os reféns pelo Hamas, atraiu manchetes internacionais, embora a realeza, por convenção, evite questões políticas controversas.
Após se tornar o primeiro membro da realeza britânica a fazer uma visita oficial a Israel e aos territórios palestinos ocupados em 2018, ele acompanhou de perto a região e quis falar sobre o sofrimento humano causado pelo conflito, segundo seu gabinete.
Sua aparição, e a menção à sua esposa Kate, ocorrem após sua ausência de um serviço memorial no Castelo de Windsor para seu padrinho, o falecido rei Constantino da Grécia, na terça-feira’(27), devido a um “assunto pessoal”, o que gerou intensa especulação nas redes sociais.
O príncipe de 39 anos, não havia retornado ao trabalho público há muito tempo depois de adiar uma série de compromissos após a cirurgia abdominal de sua esposa Kate no mês passado, uma operação que ocorreu pouco antes de seu pai, o rei Charles, revelar que estava fazendo tratamento para uma forma não especificada de câncer.
Fontes do palácio disseram que a ausência de William no serviço fúnebre não estava relacionada à doença de seu pai e que Kate, que não é vista em público desde o Natal, está bem. A realeza britânica raramente divulga detalhes sobre quaisquer condições médicas, considerando-as assuntos puramente privados, mas alguns comentaristas reais disseram que os problemas enfrentados pela realeza estão causando desconforto.
“Liderando a família real em meio às ausências de alto perfil estava a esposa de Charles, a rainha Camilla, que se encontrou com Olena Zelenska, primeira-dama da Ucrânia, na quinta-feira (29), quando esta agradeceu a mensagem de apoio do rei no segundo aniversário do conflito com a Rússia.”