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quinta-feira, 13 março, 2025
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Plano de Macron para as despesas com a defesa abre divisões políticas em França

Por Alexandre Gomes

Presidente francês alertou para as difíceis decisões orçamentais que se avizinham, numa altura em que o país se debate com um défice público assustador.

O presidente francês, Emmanuel Macron, está a liderar um esforço acelerado para remodelar a segurança europeia, tomando a iniciativa no momento em que a Comissão Europeia chega a acordo sobre um plano de 800 mil milhões de euros para reforçara soberania da defesa europeia, em resposta à aproximação entre a Rússia e os EUA, bem como ao crescente desprezo do presidente dos EUA, Donald Trump, pela Ucrânia e pela NATO.

Mas à medida que o debate em França sobre as despesas militares se intensifica, as divisões políticas significam que as hipóteses de chegar a um consenso são cada vez mais reduzidas.

Atualmente, a França atribui 2% do seu PIB ao sector da defesa. Macron disse ao jornal francês Le Figaro que o seu objetivo é aumentar as despesas com a defesa para 3,5% do PIB do país, um aumento que exigiria mais 30 mil milhões de euros por ano.

Um aumento tão drástico seria um grande desafio, tendo em conta o estado de tensão das finanças públicas francesas. A ambição de Macron colide com o atual objetivo do governo de reduzir o défice orçamental francês para 5,4% do PIB até ao final de 2025, contra cerca de 6% em 2024.

Um projeto de lei polémico apresentado por Macron visa cortar 30 mil milhões de euros da despesa pública e aumentar os impostos em 20 mil milhões de euros para reduzir o défice. A questão que se coloca ao Governo é como o fazer.

O primeiro-ministro François Bayrou e o ministro da Economia, Eric Lombard, já avançaram com a ideia e propuseram também a criação de uma conta específica para a defesa, semelhante ao Livret A – uma conta de poupança pessoal regulada e isenta de impostos, com uma taxa de juro fixada pelo Estado, cujos fundos são investidos pelo Estado para pagar infraestruturas e habitação, pagamentos da dívida pública e outras utilizações.

Lombard propôs também procurar investimentos junto de bancos, seguradoras e investidores institucionais.

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