O ex-presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, expressou a aliados que considera a candidatura de Joe Biden cada vez mais inviável, e acredita que o atual presidente deve refletir seriamente sobre a continuidade de sua campanha, conforme fontes citadas pelo Washington Post.
Obama, que foi presidente enquanto Biden servia como vice-presidente entre 2009 e 2017, une-se a outras figuras influentes do Partido Democrata, como a ex-presidente Nancy Pelosi, o senador Chuck Schumer e o deputado Hakeem Jeffries, na pressão para que Biden considere desistir da candidatura.
Desde o debate com o republicano Donald Trump no final de junho, no qual Biden teve um desempenho fraco e demonstrou fragilidade, a candidatura de Biden tem sido amplamente questionada tanto dentro quanto fora do partido. Recentemente, ele enfrentou a pressão de doadores e viu Trump ganhar vantagem nas pesquisas, especialmente nos estados decisivos do colégio eleitoral.
Obama conversou com Biden apenas uma vez após o debate e deixou claro que a decisão sobre sua candidatura é exclusivamente do presidente. Obama expressou sua preocupação em proteger Biden e seu legado, afirmando que não pretende influenciar diretamente a decisão de Biden.
Nos bastidores, Obama tem se envolvido em discussões intensas sobre o futuro da campanha de Biden, mantendo contato com diversos democratas preocupados, incluindo Nancy Pelosi, que é uma das principais defensoras de uma possível troca na chapa. De acordo com fontes que pediram anonimato, Obama e Pelosi concordaram sobre as dificuldades eleitorais enfrentadas por Biden.
Um porta-voz de Obama não comentou oficialmente, mas não negou as declarações sobre a situação. Obama, que trabalhou com Biden por oito anos, afirmou que seu objetivo é proteger as conquistas de Biden, que poderiam estar em risco caso os republicanos assumam o controle da Casa Branca e do Congresso no próximo ano.
Além disso, Obama expressou preocupações sobre o desempenho de Biden nas pesquisas e o crescente apoio de Trump no colégio eleitoral, bem como o afastamento de doadores de campanha. No entanto, Biden e seus assessores permanecem firmes em sua decisão de continuar na corrida. Na quarta-feira, 17 de julho, Biden interrompeu uma campanha em Las Vegas após testar positivo para o coronavírus e retornou a Rehoboth Beach, Delaware, para cumprir quarentena.
O vice-gerente principal de campanha de Biden, Quentin Fulks, afirmou que a campanha está avançando e que o presidente não está vacilando. Fulks também declarou que a decisão de Biden está tomada e que a campanha não pretende responder mais sobre a questão.
Fontes americanas relatam que Biden está se mostrando mais receptivo a dados preocupantes e relatórios sobre o desempenho da vice-presidente Kamala Harris, ao contrário de semanas anteriores, quando foi mais combativo com democratas que o pressionavam a reconsiderar sua candidatura.
As preocupações de Obama refletem uma crescente ansiedade dentro do Partido Democrata sobre as perspectivas de Biden e seu impacto nas candidaturas futuras. Doadores e ativistas democratas estão cada vez mais buscando a ajuda de líderes veteranos para lidar com a crise gerada pelo fraco desempenho de Biden no debate de junho.
Apesar de tentar manter um perfil discreto, Obama, uma figura respeitada no partido, continua a ser um ponto de referência para as preocupações sobre o futuro de Biden. Ex-assessores de Obama, como David Axelrod e outros que agora lideram a Crooked Media, também argumentam que Biden pode não ter um caminho claro para a vitória.
As pesquisas nacionais mostram Biden em desvantagem desde o debate, especialmente nos estados do norte. Estrategistas democratas temem que Trump possa ganhar mais apoio com sua convenção de nomeação e que suas classificações possam aumentar após a tentativa de assassinato contra ele.
O Washington Post já relatou que Obama expressou preocupações sobre a candidatura de Biden após o debate, e que a situação tem se agravado nas semanas seguintes, de acordo com fontes próximas ao assunto.