O parlamento alemão, Bundestag, rejeitou, pela terceira vez este ano, uma proposta da oposição para enviar mísseis de cruzeiro Taurus de longo alcance para a Ucrânia, como forma de ajudar o país a enfrentar a invasão russa.
A proposta, feita pela União Democrata Cristã (CDU) da oposição, buscava a implantação imediata desses mísseis, à medida que a Rússia avança incrementalmente na linha de frente.
O chanceler Olaf Scholz argumentou que o uso dos mísseis só seria viável com a presença de soldados alemães, o que poderia arrastar a Alemanha para um conflito direto com a Rússia.
Na votação, 495 dos 690 parlamentares votaram contra o envio, enquanto 190 foram a favor e 5 se abstiveram.
Apesar da posição contrária dos Sociais-Democratas (SPD) de Scholz, membros da coalizão governista, principalmente do Partido Verde e dos Democratas Livres, expressaram apoio à proposta.
Tanto o partido de extrema-direita AFD quanto o Partido da Esquerda socialista se juntaram ao SPD na votação contra a moção.
O míssil Taurus KEPD-350, considerado um dos sistemas de armas mais avançados da Bundeswehr alemã, tem a capacidade de atingir alvos a até 500 quilômetros de distância, voando a uma altitude baixa e quase indetectável por radares.
Apesar da capacidade do míssil, o governo alemão teme que o fornecimento desses sistemas à Ucrânia possa desencadear uma escalada no conflito com a Rússia, que já advertiu contra tal medida.