O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, informou às famílias dos reféns em Gaza que um possível acordo para a libertação deles pode estar próximo, de acordo com seu gabinete. As declarações ocorreram em meio a intensos combates no devastado enclave palestino.
As forças israelenses continuam seus ataques na região de Khan Younis, no sul de Gaza, após ordenarem a evacuação de civis de áreas que, segundo Israel, estavam sendo utilizadas para novos ataques por militantes palestinos. A ONU relatou que milhares de pessoas estão fugindo para áreas mais seguras devido aos bombardeios israelenses.
Netanyahu está atualmente em Washington e se encontrará com o presidente dos EUA, Joe Biden, no final desta semana, após fazer um discurso ao Congresso. Em uma reunião na capital dos EUA, ele afirmou: “As condições para um acordo estão amadurecendo. Este é um bom sinal.”
Os esforços para um cessar-fogo entre Israel e Hamas, que começaram a ser delineados por Biden em maio e foram mediados pelo Egito e Catar, ganharam impulso no último mês. Netanyahu mencionou que o processo será gradual, mas acredita que o acordo pode avançar e possibilitar a libertação dos demais reféns.
Ruby Chen, pai de Itai Chen, um soldado cujo corpo está detido em Gaza, foi um dos familiares que se encontraram com Netanyahu. Chen expressou cautela após ouvir sobre a melhora nas condições para um acordo e espera que Biden pressione Netanyahu para garantir a conclusão do acordo.
Sami Abu Zuhri, alto funcionário do Hamas, criticou a posição de Netanyahu, afirmando que ele está apenas tentando acalmar as famílias dos prisioneiros israelenses sem apresentar novidades reais.
Uma equipe de negociação israelense deve retomar as conversações na quinta-feira para discutir a libertação de reféns em troca de prisioneiros palestinos detidos em Israel. Em uma trégua de uma semana em novembro, 105 reféns foram liberados em troca de 240 prisioneiros palestinos.
Os reféns foram capturados durante o ataque do Hamas ao sul de Israel em 7 de outubro, que resultou na morte de cerca de 1.200 pessoas e na captura de aproximadamente 250 reféns, segundo números israelenses. O Hamas e outros grupos militantes ainda mantêm 120 reféns, com cerca de um terço declarados mortos pelas autoridades israelenses.
A ofensiva retaliatória de Israel em Gaza já resultou na morte de mais de 39.000 palestinos, segundo autoridades de saúde de Gaza. Centenas de milhares foram deslocados, e o enclave sofreu extensos danos devido aos ataques aéreos e bombardeios de artilharia.
Situação Atual em Gaza
Na terça-feira, ataques aéreos israelenses atingiram Khan Younis, no sul de Gaza, e os combates entre tropas israelenses e militantes palestinos continuaram nas ruas destruídas, forçando muitos civis a fugir. A UNRWA relatou uma nova onda de deslocamento e medo entre a população.
O exército israelense afirmou que dezenas de militantes foram mortos em Khan Younis, e esconderijos de armas e túneis foram destruídos. Médicos palestinos informaram que um civis foi morto em um ataque aéreo na área, e o ministério da saúde de Gaza indicou que a maioria das vítimas eram civis. Em outras áreas, como a Cidade de Gaza e Rafah, bombardeios israelenses resultaram em mais mortes e destruição.
O Hamas declarou que seus combatentes estão enfrentando soldados israelenses em Rafah, enquanto moradores relatam que tanques israelenses ainda não controlam totalmente as áreas ao norte e a oeste da cidade.