Líder da oposição afirma que regime se traduz como uma estrutura criminosa ligada a drogas, contrabando de armas e de seres humanos
A líder da oposição na Venezuela e vencedora do Nobel da Paz de 2025, María Corina Machado, afirmou que a ditadura comunista de Nicolás Maduro se sustenta com lucros auferidos com o narcotráfico e outras atividades criminosas.
A declaração foi dada ao canal colombiano NTN24. María Corina descreveu o governo de Maduro como uma estrutura criminosa sustentada pelo tráfico de drogas, mineração ilegal, contrabando de armas e exploração de pessoas.
“Como estrutura criminosa (o regime de Maduro) se sustenta na entrada desses fluxos ilegais do narcotráfico, do ouro de sangue, do contrabando de minerais, de seres humanos, de armas. E temos que cortar esses fluxos. Essa é a prioridade”, declarou ao NTN24.
_”Les pedimos a los demás países que se sumen a esta coalición para que Maduro finalmente entienda y toda esta estructura criminal, que el tiempo se acabó y que por su propio bien debe aceptar los términos de esta negociación”: contundente mensaje de @MariaCorinaYA en entrevista… _pic.twitter.com/sQSvaHR283
_— NTN24 (@ntn24) _October 16, 2025
María Corina também destacou que há uma cobrança antiga para que as informações reunidas por governos e agências internacionais sobre os negócios ilícitos do governo venezuelano sejam divulgadas e defendeu a aplicação rigorosa do direito internacional. Ela acrescentou: “A paz que os venezuelanos desejam se baseia na liberdade”, declarou ao canal colombiano.
Ação dos EUA na Venezuela
María Corina também mencionou a ação dos EUA de combate ao narcotráfico na Venezuela. “Finalmente, isso está acontecendo. O que tinha que acontecer. Como disse o secretário de Estado Marco Rubio, é uma coalizão internacional onde participam países do Caribe, da América Latina, da Europa. E o que pedimos aos outros países que se unam a essa coalizão para que Maduro finalmente entenda e toda esta estrutura criminosa que o tempo se acabou e que por seu próprio bem deve aceitar os termos desta negociação.”
Nesta quinta-feira, 16, militares dos EUA realizaram uma nova operação contra um navio suspeito de tráfico de drogas no Caribe. Autoridades americanas relataram à Reuters que, pela primeira vez, houve sobreviventes entre a tripulação depois da ação. Essa ofensiva integra uma escalada das pressões norte-americanas sobre a ditadura de Maduro.
Na quarta-feira 15, o presidente Donald Trump revelou que autorizou operações da CIA na Venezuela, justificando que grandes quantidades de drogas partem do país em direção aos Estados Unidos.
Parceria de Maduro com cartéis, terrorismo e ditaduras de esquerda
María Corina também mencionou as parcerias do regime de Maduro com governos autoritários de esquerda, como China, Cuba e Rússia, com terroristas, como o Hezbollah e seu financiador, o Irã, e com cartéis e facções da América Latina, incluindo o Brasil.
“Há muitos anos, estamos pedindo ao mundo que aceite que nós não estamos enfrentando mais uma ditadura: isto (o regime de Maduro) é uma estrutura criminosa que entregou o território de Venezuela, nossos recursos naturais, nossas instituições, aos piores inimigos do Ocidente e dos Estados Unidos. Estou falando de agentes do regime russo, iraniano, chinês, cubano, Hezbollah, Hamas, os cartéis do México, Colômbia, Brasil, a guerrilha do ELN, da FARC, todos operando livremente e em associação com Nicolás Maduro e seu regime”, declarou a ativista.
Na entrevista, ao ser questionada sobre a ausência de felicitações da presidente do México, Claudia Sheinbaum, pela conquista do Nobel, a opositora comentou: “Todos sabemos que o silêncio muitas vezes diz mais do que discursos grandiosos e elaborados”. O presidente do Brasil, Luís Inácio Lula da Silva, aliado histórico de Hugo Chávez e de seu sucessor, Nicolás Maduro, também não comentou a premiação concedida a María Corina.
