Caso tem origem em um suposto abuso de uma adolescente pelo ex-presidente
O Ministério Público de Tarija, na Bolívia, apresentou uma acusação formal contra o ex-presidente Evo Morales em um processo que investiga o suposto crime de tráfico de pessoas com agravante. A informação foi confirmada pela promotora Sandra Gutiérrez, que afirmou nesta terça-feira, 21, que a decisão foi tomada depois de uma análise detalhada do material reunido desde o começo das investigações, em setembro de 2024.
De acordo com Gutiérrez, o procedimento seguiu uma revisão minuciosa dos documentos que compõem o caso. “Depois de ter analisado e valorado toda a prova que se encontra no caderno de investigações em mais de 18 volumes, foi apresentada a acusação formal contra essas duas pessoas: Juan Evo Morales e a senhora Idelsa Pozo”, declarou a promotora durante coletiva de imprensa.
A investigação teve origem em uma denúncia de 2015 referente a uma suposta relação entre Evo e uma adolescente de 15 anos na cidade de Yacuiba, quando o político ainda ocupava a Presidência do país. Segundo o processo, dessa relação teria nascido uma menina. A promotoria sustenta que existem indícios suficientes para sustentar a acusação de tráfico de pessoas com agravante, a se considerar o vínculo entre Evo e a então menor de idade.
Mãe da vítima é indiciada junto com Evo Morales
Além de Evo, a outra pessoa acusada é Idelsa Pozo, identificada como mãe da adolescente. Ela também foi denunciada no mesmo processo, sob suspeita de participação nas circunstâncias que levaram à configuração do crime.
A promotora explicou que o caso agora segue o trâmite judicial previsto pela legislação boliviana. “Agora vamos aguardar o que estabelece o procedimento penal para que, uma vez que analise tudo isso, o juiz deverá encaminhar ao Tribunal correspondente, para que se determinem o dia e a hora em que será realizado o julgamento”, afirmou Gutiérrez.
O processo contra Evo já conta com medidas judiciais anteriores. Em janeiro, o juiz Nelson Alberto Rocabado expediu uma ordem de prisão contra o ex-presidente, que segue em vigor até o momento. Com a apresentação formal da denúncia, o caso deve avançar para a fase de julgamento, depois de o juízo competente avaliar a acusação e decidir sobre a data da audiência.