O primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, mostrou-se determinado nesta terça-feira (4), a manter o poder à frente de uma coalizão governista, apesar do seu partido nacionalista hindu ter perdido a maioria absoluta pela primeira vez em uma década, desafiando as previsões de um novo deslizamento de terra eleitoral.
O resultado surpreendeu os investidores, com as ações caindo acentuadamente à medida que os resultados emergentes revelavam que Modi dependeria, pela primeira vez desde 2014, de pelo menos três partidos regionais díspares, cujas lealdades políticas têm oscilado ao longo dos anos.
Analistas afirmam que isso poderá introduzir alguma incerteza na formulação de políticas, depois de uma década em que Modi governou com autoridade.
O Partido Bharatiya Janata (BJP) de Modi conquistou a maioria sozinho em 2014, encerrando uma era de governos de coalizão instáveis na Índia, e repetiu o feito em 2019.
Modi agradeceu o apoio do povo à coalizão liderada pelo BJP em seus primeiros comentários desde o início da contagem dos votos, destacando a importância histórica desse apoio. Ele também expressou sua gratidão aos membros do BJP, reconhecendo seus esforços excepcionais.
Os mercados reagiram fortemente à notícia, com o NIFTY 50 caindo 5,9% e o S&P BSE Sensex caindo 5,7%, registrando a queda mais acentuada num dia de resultado eleitoral desde 2004, quando uma coligação liderada pelo BJP perdeu o poder. A rupia também teve uma queda acentuada em relação ao dólar, enquanto os rendimentos dos títulos de referência subiram.
As pesquisas de boca de urna de 1º de junho haviam projetado uma grande vitória para Modi e o BJP, estimulando os mercados na segunda-feira, mas os resultados finais revelaram uma situação mais incerta, com o NDA, no poder, liderando em cerca de 290 dos 543 assentos eletivos na câmara baixa do parlamento. Os resultados completos devem ser divulgados na noite de terça-feira. O BJP, que conquistou 303 cadeiras em 2019, representava cerca de 240 das cadeiras em que a NDA liderava.
