O Serviço de Segurança da Ucrânia (SBU), expôs recentemente um esquema de corrupção e desvio de fundos estatais envolvendo indivíduos vinculados ao Ministério da Defesa, uma empresa nacional de armamentos e uma entidade comercial estrangeira.
De acordo com informações do SBU, o esquema envolve o desvio de quase 40 milhões de dólares destinados à aquisição de 100.000 morteiros para uso na guerra contra a Rússia. Cinco indivíduos foram acusados, sendo que um deles foi detido ao tentar cruzar a fronteira ucraniana. Caso sejam considerados culpados, enfrentam penas de até 12 anos de prisão.
A investigação foi iniciada em agosto de 2022, quando funcionários assinaram um contrato de compra de cartuchos de artilharia, no valor de 1,5 mil milhões de hryvnias (39,6 milhões de dólares), com a empresa de armamentos Lviv Arsenal. Após receberem o pagamento, deveriam transferir os fundos para uma empresa estrangeira registrada, responsável por entregar as munições à Ucrânia.
Contudo, as mercadorias nunca foram entregues, e o dinheiro foi redirecionado para diversas contas na Ucrânia e nos Bálcãs, de acordo com os investigadores. O Procurador-Geral da Ucrânia assegura que os fundos foram confiscados e serão devolvidos ao orçamento de defesa do país.
Esta investigação surge num momento em que Kiev procura combater a corrupção, visando acelerar sua adesão à União Europeia e à NATO. Ambos os blocos exigem amplas reformas anticorrupção como pré-requisito para a adesão.
O presidente Volodymyr Zelenskyy, eleito em 2019 com uma plataforma anticorrupção, tem enfatizado seus esforços para reprimir a corrupção, destacando demissões de altos funcionários, como a de Ivan Bakanov, ex-chefe do Serviço de Segurança do Estado, em julho de 2022. Em agosto de 2023, Zelensky demitiu todos os responsáveis pelo equipamento militar nas regiões, encerrando um sistema que permitia a algumas pessoas escapar ao recrutamento militar.