Durante a Cúpula de Líderes do G20, realizada no Rio de Janeiro, o presidente da Argentina, Javier Milei, se distanciou de alguns pontos da Agenda 2030, adotada pelas Nações Unidas para promover a prosperidade e combater a pobreza global até 2030. Embora tenha assinado a declaração final do evento, Milei fez questão de desvincular sua assinatura de partes específicas do documento, destacando seu desacordo com a promoção de políticas que considera prejudiciais à liberdade de expressão e à soberania dos Estados.
Em um comunicado, o governo argentino afirmou que, sem obstruir a declaração dos demais líderes, Milei deixou claro que não apoia a “limitação da liberdade de expressão nas redes sociais”, nem a “intervenção estatal” como solução para a fome. Para o presidente argentino, o combate à pobreza e à fome só será possível ao “tirar o Estado do caminho”, defendendo a “desregulamentação da atividade econômica” como uma forma de estimular o livre mercado. Ele acredita que o capitalismo de livre mercado, que permitiu a erradicação da extrema pobreza para 90% da população mundial, é o modelo ideal para gerar prosperidade.
Além disso, o governo de Milei alertou sobre a crise do sistema de cooperação internacional, que, segundo eles, está desajustado aos seus objetivos originais. Apesar dessas discordâncias, a Argentina aderiu à Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, uma iniciativa do presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva, lançada durante a cúpula. Com 148 membros fundadores, incluindo países, organizações internacionais e instituições financeiras, a aliança visa combater a fome global e a pobreza extrema, temas que dominaram os debates do G20.