Ex-assessor de Trump relaciona decisão do STF ao ambiente político brasileiro e menciona atuação de órgãos norte-americanos
A repercussão internacional sobre a situação jurídica de Jair Bolsonaro ganhou novo capítulo nesta quinta-feira, 27. O ex-assessor do Departamento de Estado dos Estados Unidos Mike Benz afirmou que o Brasil “baniu seu último presidente de futuras disputas”. Ele relacionou o cenário político brasileiro a uma suposta atuação de órgãos do governo Joe Biden. A mensagem foi publicada no X.
A manifestação ocorre dois dias depois de o ministro Alexandre de Moraes comunicar ao Tribunal Superior Eleitoral a inelegibilidade do ex-presidente. A medida decorre da condenação a 27 anos e três meses de prisão no caso que investigou uma suposta trama golpista. O ministro também ordenou a execução das penas impostas aos réus do núcleo principal do processo.
Brazil just banned its last President from ever running again, after this regime narrowly took power against that very President in a nail-biter election secretly supported by Biden’s CIA, State Dept and USAID. Martin De Luca on Twitter / X
_— Mike Benz (@mikebenzcyber) _November 27, 2025
Segundo a Lei da Ficha Limpa, o prazo de inelegibilidade começa depois do cumprimento da pena. Com isso, Bolsonaro só poderia concorrer de novo em 2060, quando terá 105 anos. Ele já estava impedido de disputar eleições até 2030 por decisão do TSE relacionada à reunião com embaixadores, em 2022.
Bolsonaro pode ter sido impactado por interesses internacionais
Benz ganhou destaque no Brasil em agosto, quando participou de audiência na Comissão de Relações Exteriores da Câmara. Ele relatou suposto envolvimento do governo norte-americano em ações de censura digital no país. Também citou pressões institucionais e legislativas sobre o debate público brasileiro.
Na ocasião, o deputado Filipe Barros (PL -PR), afirmou que recursos da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional teriam irrigado ONGs e sindicatos que atuaram politicamente no Brasil. O parlamentar anunciou iniciativas para investigar o uso desses repasses e propôs mudanças legais para restringir financiamentos estrangeiros. “Não vamos permitir que o Brasil continue sendo manipulado por interesses externos”, afirmou ele.
As declarações de Benz voltam ao centro do debate com o avanço das medidas judiciais contra Bolsonaro. O caso amplia tensões entre grupos políticos e reforça o interesse internacional no cenário institucional brasileiro.