Informações de ex-integrante do regime indicam clima de tensão crescente e risco de rompimento do núcleo chavista
Ex-integrantes do regime chavista revelaram ao jornal britânico The Telegraph que Nicolás Maduro vive sob constante medo de ser traído ou eliminado. Segundo o veículo, o ditador da Venezuela estaria em estado de alerta extremo desde o aumento da mobilização militar dos Estados Unidos no Mar do Caribe.
A tensão cresceu depois que o presidente Donald Trump classificou a Venezuela como “Narcoestado”. A acusação se baseia na ligação do regime com o Cartel de los Soles, organização criminosa envolvida com tráfico de drogas.
De acordo com um ex-membro do Partido Socialista, Maduro teme morrer dentro próprio país — seja por ataque estrangeiro, seja por traição interna. A desconfiança se estende até os aliados mais próximos.
James Story, último embaixador dos EUA na Venezuela, afirmou ao jornal que “tinha certeza de que Maduro não estava dormindo bem”.
No entanto, apesar da paranoia, o ditador tenta manter a postura em eventos públicos. Em recentes aparições, condenou as ações no Caribe e fez apelos por apoio de aliados locais e internacionais. Inclusive, cogitou um encontro direto com Trump, em uma tentativa de reduzir a tensão e consolidar apoio político.
Militares operam sob vigilância para evitar conspirações contra Maduro
Segundo Andrés Izarra, ex-ministro do Turismo da Venezuela e atual crítico do chavismo, a cúpula que sustenta Maduro ainda permanece unida, porque seus integrantes não enxergam outra forma de manter o poder no país.
Izarra argumenta que o país desenhou as Forças Armadas para impedir levantes. As unidades operam com pouca comunicação entre si, e os militares vivem sob vigilância constante. Nesse sentido, temem que qualquer ruptura abra caminho para uma caçada generalizada a nomes ligados a Maduro.
