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quinta-feira, 31 outubro, 2024
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Maduro em desespero: Urrutia surge como favorito com 60% dos votos nas eleições venezuelanas

Por Marina B.

Uma pesquisa realizada pelo Instituto Delphos mostra que Edmundo González Urrutia (Plataforma Unitária Democrática, centro) lidera com quase 60% das intenções de voto nas eleições da Venezuela, marcadas para domingo (28.jul.2024).

González Urrutia representa uma coalizão de 11 partidos de centro-esquerda e centro-direita, opondo-se ao presidente venezuelano Nicolás Maduro (Partido Socialista Unido da Venezuela, esquerda), que está em segundo lugar na disputa com 24,6%.

A pesquisa envolveu 1.200 entrevistas presenciais, realizadas de 5 a 11 de julho em todo o país. Os entrevistados têm mais de 18 anos e são registrados para votar. A margem de erro é de 1,8 ponto percentual para mais ou para menos. Eis a íntegra, em espanhol (PDF – 3 MB).

Embora o voto no país não seja obrigatório, a pesquisa indica uma alta taxa de participação: 80,6% dos entrevistados afirmaram que “com certeza” votarão, 12% disseram que “talvez” votem, 6,5% responderam que “pouco” votarão e 0,9% declararam que “jamais” votariam.

Edmundo González Urrutia é a escolha de 59,1% dos entrevistados, enquanto Maduro conta com 24,6%. Os demais candidatos não ultrapassaram 1,4%. Ainda há 9,2% dos eleitores indecisos e 2,8% que escolheram a opção “nenhum dos candidatos”.

Quando perguntados sobre a necessidade de uma mudança política na Venezuela, os entrevistados responderam:

  • muito necessária: 42,5%;
  • necessária: 30,8%;
  • não há muita necessidade: 21,5%;
  • não sabe: 5,3%.

A avaliação do governo de Maduro foi considerada “excelente” por 4,8% dos entrevistados e “boa” por 21,7%. Outros 25,1% consideraram “ruim” e 47,2% disseram ser “muito ruim”. Já 1,3% não soube responder.

Sobre a expectativa para o resultado das eleições de domingo (28.jul), os entrevistados responderam:

  • a oposição ganha e assume o poder: 35,4%;
  • Maduro ganha e segue no poder: 26,7%;
  • a oposição ganha, mas Maduro segue no poder: 20,8%;
  • não haverá eleição: 2,8%;
  • não sabe: 14,4%.

Maduro declarou na segunda-feira (22.jul.2024) que vencerá as eleições “de lavada” e não quer “show, nem choradeira” da oposição. Em 20 de junho, ele se comprometeu publicamente a respeitar os resultados do pleito em resposta a preocupações da oposição e de observadores internacionais sobre a integridade do processo eleitoral, mas afirmou que Urrutia planeja um golpe de Estado.

Na quarta-feira (17.jul), Maduro advertiu que o país poderia enfrentar um “banho de sangue” e “guerra civil” caso ele perca as eleições. Ele pediu aos apoiadores que garantissem a “maior vitória” da história eleitoral do país.

“Se não querem que a Venezuela caia num banho de sangue, numa guerra civil fratricida como resultado dos fascistas, garantam o maior sucesso, a maior vitória da história eleitoral do nosso povo”, disse o líder venezuelano.

NICOLÁS MADURO

O presidente da República Bolivariana da Venezuela, Nicolás Maduro Moros, de 61 anos, comanda um regime autocrático com restrições severas às liberdades fundamentais. Mantém pessoas presas por “crimes políticos” e enfrenta críticas em relatórios da OEA sobre a “nomeação ilegítima” do Conselho Nacional Eleitoral por uma Assembleia Nacional ilegítima, bem como da Comissão Interamericana de Direitos Humanos, que emitiu relatórios críticos em outubro e novembro de 2022, e março de 2023.

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