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domingo, 8 setembro, 2024
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Maduro eleva hostilidade contra Brasil e Lula a três dias das eleições

Por Marina B.

À medida que se aproximam as eleições presidenciais na Venezuela, Nicolás Maduro intensifica suas críticas ao Brasil e aos países vizinhos, além de zombar do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Esse tom elevado de Maduro reflete a preocupação em Brasília e na comunidade internacional sobre o futuro político da Venezuela.

Nos últimos dias de campanha, Maduro fez declarações alarmantes sobre a possibilidade de interferência no resultado das eleições, marcadas para o próximo domingo (28/7). O líder chavista não lidera as pesquisas e chegou a afirmar que a vitória de seu rival, Edmundo González, ex-diplomata, poderia levar o país a um “banho de sangue.”

O presidente brasileiro expressou sua preocupação em uma coletiva no Palácio da Alvorada, onde revelou ter discutido com Maduro a importância de um processo eleitoral reconhecido internacionalmente para restaurar a normalidade no país.

Em resposta, Maduro reagiu com ironia, sugerindo que os temerosos com suas declarações sobre uma possível guerra civil precisavam de um “chá de camomila.” Embora não tenha mencionado Lula diretamente, atacou o sistema eleitoral brasileiro e pediu que países como o Brasil não se intrometam nos assuntos internos da Venezuela.

TSE desiste de enviar observadores e Celso Amorim vai à Venezuela

Faltando cerca de 10 dias para as eleições, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decidiu não enviar observadores ao pleito venezuelano após os ataques de Maduro ao sistema eleitoral brasileiro. O TSE justificou sua decisão alegando as falsas alegações venezuelanas sobre a segurança das urnas eletrônicas brasileiras.

Anteriormente, o TSE havia aceitado o convite do Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela. Agora, a Câmara dos Deputados e o Senado Federal devem indicar representantes, e o presidente Lula optou por enviar seu assessor especial para assuntos internacionais, Celso Amorim, para acompanhar as eleições.

Maduro acuado?

Apesar de ter assinado um acordo com a oposição em 2023 para garantir eleições livres, Maduro demonstra sinais de preocupação que estão gerando alerta na comunidade internacional. A oposição venezuelana enfrentou dificuldades para registrar seus candidatos, com María Corina Machado e Corina Yoris sendo impedidas de concorrer.

Além disso, a oposição acusa Maduro de perseguir seus membros e realizar prisões arbitrárias nos últimos meses. Analistas apontam que as recentes críticas de Maduro aos países vizinhos podem ser um esforço para garantir o reconhecimento regional dos resultados, com expectativas de reeleição.

Stephanie Braun, pesquisadora do Observatório Político Sul-Americano da Universidade Estadual do Rio de Janeiro, sugere que as recentes declarações de Maduro podem ser uma tentativa de preparar o terreno para a aceitação dos resultados. Ela alerta para o risco de desestimular a participação eleitoral, especialmente por meio de ações que visem desmotivar eleitores opositores e limitar a divulgação do processo eleitoral.

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