O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, lançou uma série de ataques verbais contra Josep Borrell, após a União Europeia ter solicitado a publicação dos resultados das eleições presidenciais de julho na Venezuela.
Em um discurso em Caracas na terça-feira, Maduro criticou duramente o chefe da diplomacia da UE, acusando-o de apoiar ações violentas em Gaza e de instigar uma “guerra aberta contra a Rússia a partir da Ucrânia”. Apesar de Borrell ser conhecido por suas críticas à guerra entre Israel e o Hamas, Maduro fez essas acusações como resposta à intervenção da União Europeia na situação venezuelana.
Borrell, em sua declaração, expressou preocupação com o agravamento da crise política na Venezuela e pediu que o Conselho Nacional Eleitoral (CNE), dominado por aliados de Maduro, divulgasse a contagem completa dos votos, citando evidências que sugerem uma vitória significativa para o opositor Edmundo González Urrutia.
O Supremo Tribunal da Venezuela, que é amplamente leal a Maduro, confirmou sua reeleição na semana passada, desconsiderando as alegações da oposição de que ele havia perdido por uma margem substancial. O tribunal alegou que as contagens publicadas pela oposição foram manipuladas.
A União Europeia continua pressionando para a divulgação completa e verificável dos resultados, e a situação será discutida pelos ministros dos Negócios Estrangeiros da UE em Bruxelas nesta quinta-feira. Qualquer medida adicional exigirá o consenso unânime dos 27 Estados-membros da UE.