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domingo, 8 setembro, 2024
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Macron rejeita candidatura da esquerda e provoca reações furiosas

Por Marina B.

A esquerda francesa manifestou grande indignação após o presidente Emmanuel Macron rejeitar a indicação de Lucie Castets, proposta pela Nova Frente Popular (NFP) para o cargo de primeira-ministra. Em sua primeira entrevista desde as eleições legislativas, Macron questionou a vitória da coalizão e alegou que “é falso dizer que a Nova Frente Popular teria uma maioria” na Assembleia Nacional.

Uma hora antes da entrevista à emissora pública France 2, na noite de terça-feira (23), a esquerda chegou a um consenso interno e sugeriu Lucie Castets, uma funcionária pública de alto escalão pouco conhecida pelo público francês, para a chefia de governo. Em resposta, Macron anunciou que adiaria a nomeação de um novo governo para depois dos Jogos Olímpicos de Paris, em “meados de agosto”.

Hoje, os líderes de esquerda criticaram severamente a postura de Macron. Castets acusou o presidente de “negar a democracia”, afirmando em entrevista à France Inter que “o momento é grave e não podemos adiar esse tipo de decisão”. Ela também destacou a impossibilidade de uma coalizão entre a esquerda e os partidos que apoiam Macron.

Manuel Bompard, coordenador da França Insubmissa (LFI), expressou seu choque com a atitude de Macron, descrevendo-a como “desprezo, arrogância e violência”. “Tenho a impressão de lidar com um tipo de louco entrincheirado no Eliseu”, declarou Bompard à rádio RTL.

O dirigente comunista Fabien Roussel chamou Macron de “criança caprichosa” que nega o resultado das eleições legislativas.

Repercussão na Imprensa

A mídia francesa também está avaliando as ações de Macron. O Figaro destaca: “A esquerda chega a um acordo, Macron toma mais tempo”, e observa que o presidente “não parece convencido” de que a indicação da Nova Frente Popular resolverá o impasse iniciado no segundo turno das eleições, em 7 de julho. Desde então, a aliança de esquerda tem negociado internamente a escolha de um candidato para a chefia de governo.

Macron reiterou que os partidos têm a “responsabilidade” de chegar a “consensos” para garantir a governabilidade a partir de setembro. Para o Figaro, mesmo que Macron reconheça sua derrota nas eleições, ele parece não compreender o impacto negativo de sua decisão de dissolver a Assembleia, que, segundo o jornal, tem causado um “sofrimento” à política francesa.

Libération descreve Lucie Castets como “uma desconhecida que resolve a equação da esquerda”. Castets fez carreira em altos cargos do funcionalismo público francês e foi secretária das Finanças da prefeitura de Paris.

Por outro lado, Macron parece ainda acreditar na possibilidade de uma “aliança entre a esquerda moderada, a direita e seus próprios aliados” para evitar uma primeira-ministra da oposição, destaca o Libération. O diário critica o “desprezo” de Macron pela opção de Castets, considerando-o inadequado para o momento atual, especialmente em comparação com as exigências feitas aos partidos políticos.

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