Resistência ganha apoio de Itália, Polônia e Hungria e forma minoria de bloqueio na Europa
O presidente da França, Emmanuel Macron, voltou a rejeitar a assinatura do acordo comercial entre a União Europeia (UE) e o Mercosul. Durante cúpula do bloco em Bruxelas, nesta quinta-feira, 18, o francês afirmou que o pacto não traz garantias suficientes aos agricultores europeus.
Mesmo com as alterações aprovadas pelo Parlamento Europeu na última terça-feira, 16, Macron alegou que as salvaguardas no texto são insuficientes. Ainda ontem, ele já há havia anunciado que a França se oporia a qualquer tentativa de “forçar” a adoção do acordo.
Como resultado, o país ganhou apoio formal de Itália, Polônia e Hungria. Com isso, o grupo atingiu os critérios técnicos para formar uma minoria de bloqueio: pelo menos quatro países representando 35% da população da UE.
Lula reage a impasse e ameaça encerrar negociações do acordo
A postura da França frustra o plano de assinar o tratado no próximo sábado, 20, como pretendiam os negociadores europeus. A medida também pode empurrar o acordo para um novo congelamento, depois de 26 anos de idas e vindas.
Em resposta, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que, se a assinatura for adiada, o Planalto desistirá do tratado durante seu mandato.
“Eu agora estou sabendo que eles não vão conseguir aprovar”, disse Lula. “Está difícil, porque a Itália e a França não querem fazer por problemas políticos internos. Eu já avisei para eles, se a gente não fizer agora, o Brasil não fará mais acordo enquanto eu for o presidente. É bom saber. Faz 26 anos que a gente espera esse acordo.”
A declaração vai ao encontro da postura do eurodeputado Bernd Lange. Segundo ele, os países do Mercosul estão impacientes e, diante de um novo adiamento, devem buscar acordo com parceiros que não agradam aos europeus.
