O presidente da Rússia, Vladimir Putin, e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, rejeitaram a proposta da União Europeia e da Ucrânia para um cessar-fogo temporário de 60 dias. Yuri Ushakov, assessor de Política Externa do Kremlin, deu a informação a jornalistas em Moscou neste domingo, 28.
O assessor informou que Putin e Trump conversaram por telefone durante 1h15 antes de o republicano encontrar-se com o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky. O principal foco do diálogo foi a análise conjunta sobre possíveis caminhos para a paz e a avaliação da trégua sugerida pela Europa.
Avaliação de Trump e Putin sobre proposta de cessar-fogo
De acordo com Ushakov, ambos os líderes consideram que a sugestão de cessar-fogo temporário, defendida por europeus e ucranianos, não resolve as causas centrais da guerra.
“O principal é que os presidentes da Rússia e dos EUA têm visões semelhantes de que a opção de um cessar-fogo temporário proposta pelos ucranianos e pelos europeus, sob o pretexto de preparar um referendo ou por outros motivos, apenas prolonga o conflito”, disse o assessor.
Ushakov ainda acrescentou que, na visão do Kremlin, a Ucrânia deveria tomar uma “decisão corajosa” em relação à região de Donbass. A atitude, segundo ele, significaria a retirada das tropas ucranianas dos cerca de 10% do território da região que permanece sob controle de Kiev.
Atualmente, a Rússia domina aproximadamente 90% da região de Donbass e ocupa cerca de 20% do território ucraniano, de acordo com agências internacionais. Moscou condiciona um acordo de paz duradouro à retirada ucraniana do restante de Donbass e ao reconhecimento da configuração territorial estabelecida desde 2022.
Posições divergentes e impactos econômicos
Contudo, Zelensky rejeita entregar quaisquer territórios sob ocupação e já classificou as propostas como “inaceitáveis”, mesmo se vinculadas a um cessar-fogo temporário antes de um acordo definitivo.
Para as autoridades ucranianas e europeias, uma suspensão de 60 dias dos combates poderia reduzir a intensidade da guerra. Também facilitaria, segundo a União Europeia, as negociações mediadas.