Presidente norte-americano era acusado de tentar alterar resultado daquela votação, quando Joe Biden foi eleito
A Justiça da Geórgia encerrou nesta quarta-feira, 26, o último processo criminal contra Donald Trump pondo fim às tentativas de responsabilizá-lo judicialmente por buscar supostamente reverter o resultado da eleição presidencial de 2020, vencida por Joe Biden.
Desde que venceu as eleições em novembro de 2024, Trump viu três ações semelhantes serem arquivadas. Outros aliados próximos, como Rudy Giuliani e Mark Meadows, ainda enfrentam acusações estaduais.
A iniciativa de arquivamento foi formalizada por Pete Skandalakis, diretor-executivo do conselho de promotores apartidários da Geórgia, que protocolou o pedido nesta quarta-feira, 26. O processo era considerado uma das principais ameaças judiciais a Trump, uma vez que condenações estaduais não podem ser revistas pelo presidente dos Estados Unidos.
“Não é ilegal questionar ou contestar resultados eleitorais”, afirma promotor
Skandalakis, que já atuou tanto como democrata quanto republicano, analisou ponto a ponto a denúncia apresentada originalmente por Fani Willis, promotora do condado de Fulton. Em documento de 22 páginas, Skandalakis afirmou que “não é ilegal questionar ou contestar resultados eleitorais”.
O promotor considerou que a apuração conduzida por Jack Smith, conselheiro especial do Departamento de Justiça do governo de Joe Biden, era mais adequada para examinar as ações de Trump depois das eleições. Smith, porém, deixou o cargo dias antes de Trump reassumir a presidência. Skandalakis também avaliou que processar um presidente em exercício na Geórgia seria inviável.
Ele citou ainda decisão da Suprema Corte dos EUA que, no ano passado, garantiu “imunidade absoluta” a presidentes por atos oficiais. Segundo Skandalakis, essa decisão atrasaria qualquer julgamento para depois de 2029, quando termina o novo mandato de Trump.
“Levar este caso a um júri em 2029, 2030 ou mesmo 2031 seria nada menos que um feito notável”, escreveu Skandalakis. Ele acrescentou: “Os cidadãos da Geórgia não são bem servidos ao se prosseguir com este caso por mais cinco a dez anos”, declarou ao The New York Times.