O Exército de Israel realizou neste domingo (29) uma operação militar de “grande escala” contra os rebeldes houthis na cidade portuária de Hodeida, no oeste do Iêmen. A ofensiva ocorre um dia após os insurgentes xiitas reivindicarem o lançamento de um míssil balístico contra o aeroporto Ben Gurion, em Tel Aviv, no momento da chegada do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu.
De acordo com fontes locais e a agência de notícias Saba, ligada aos houthis, os principais alvos dos ataques foram os portos estratégicos de Hodeida e Ras Isa, além de duas centrais elétricas. O exército israelense confirmou que “dezenas de aeronaves”, incluindo caças e aviões de reabastecimento e inteligência, participaram do ataque, que visou destruir infraestruturas militares do grupo houthi.
Em comunicado, o Exército de Israel afirmou que os portos atacados são utilizados para a importação de armas fornecidas pelo Irã e destinadas a operações militares dos houthis, além de petróleo que sustenta suas atividades. A ação, segundo os militares israelenses, foi uma resposta direta aos ataques recentes dos houthis contra o território de Israel.
O comunicado ressaltou ainda que os houthis, financiados e dirigidos pelo Irã, têm como objetivo prejudicar a estabilidade regional e ameaçar a liberdade de navegação no Mar Vermelho. Israel acusou o grupo de agir em coordenação com milícias iraquianas para minar a segurança do Estado de Israel e da região.
Míssil contra Tel Aviv
No sábado (28), os houthis assumiram a responsabilidade pelo lançamento de um míssil balístico contra o aeroporto Ben Gurion, em Tel Aviv, durante a chegada de Benjamin Netanyahu. Embora o impacto direto do ataque não tenha sido detalhado, o incidente aumentou as tensões na região, com Israel intensificando suas operações contra alvos houthi no Iêmen.
Crescimento das tensões no Oriente Médio
O Oriente Médio vive um momento de escalada de tensões após o assassinato do líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, em um bombardeio israelense na última sexta-feira (27), nos subúrbios de Beirute. A morte de Nasrallah tem provocado temores de uma reação violenta por parte do Hezbollah, grupo aliado dos houthis e apoiado pelo Irã.
Não é a primeira vez que Israel ataca alvos no Iêmen. Em julho deste ano, um ataque similar contra o porto de Hodeida resultou na morte de seis civis e na destruição de tanques de petróleo e uma central elétrica. Desde novembro de 2023, os houthis têm intensificado ataques contra navios ligados a Israel no Mar Vermelho, além de lançarem projéteis em direção ao território israelense, alguns dos quais atingiram seus alvos.
O Exército de Israel reiterou sua determinação em continuar agindo contra qualquer ameaça, “em qualquer distância necessária”, para proteger seus cidadãos e garantir a segurança nacional.