Israel acusa o secretário-geral da ONU de ter supostamente silenciado sobre relatos de denúncias e tortura sexual durante ataques realizados pelo grupo palestino Hamas em 7 de outubro e em outros momentos posteriores. Tel Aviv tem pressionado pela demissão de Guterres.
O gabinete do secretário-geral da ONU negou veementemente as alegações de que António Guterres, tentou ocultar um relatório sobre acusações de violência sexual durante os ataques do Hamas contra Israel em outubro de 2023. O representante especial da ONU para a violência sexual em conflitos, Pramila Patten, realizou seu trabalho de maneira meticulosa e diligente, afirmou o porta-voz de Guterres, Stéphane Dujarric.
Em resposta às acusações do ministro do Exterior de Israel, Israel Katz, o gabinete de Guterres assegurou que ele não fez nada para encobrir o relatório. Katz convocou o embaixador israelense junto às Nações Unidas para consultas imediatas em resposta ao que ele chamou de tentativa de silenciar o relatório.
Israel tem criticado Guterres por não convocar o Conselho de Segurança, para declarar o Hamas como uma organização terrorista e impor sanções a seus apoiadores. Autoridades israelenses pediram repetidamente a demissão de Guterres, após suas declarações de que os ataques do Hamas não ocorreram no vazio, devido à longa ocupação sofrida pelo povo palestino.
O relatório da ONU liderado por Patten, indica que há motivos razoáveis para acreditar que o Hamas cometeu crimes sexuais e tortura contra mulheres durante os ataques em solo israelense, com indicações de que essa violência ainda pode estar ocorrendo. O relatório foi elaborado após uma visita de Patten e sua equipe a Israel e à Cisjordânia, onde encontraram evidências de violência sexual e tortura sexualizada contra reféns, incluindo mulheres e crianças.
Durante o ataque do Hamas em outubro de 2023, cerca de 250 pessoas foram sequestradas e levadas para a Faixa de Gaza, resultando em um grande número de mortes, principalmente civis. A troca de reféns por prisioneiros palestinos ocorreu durante uma trégua em novembro, mas muitos dos sequestrados ainda permanecem em Gaza, de acordo com as autoridades de Israel.