Uma equipe liderada pelo chefe do Mossad, o serviço secreto de Israel, está programada para viajar a Paris nesta sexta-feira (23), de acordo com relatos da imprensa israelense. A missão tem como objetivo negociar uma trégua com o Hamas em Gaza.
David Barnea, diretor do Mossad, e Roner Bar, chefe do Shin Bet, o serviço de segurança interna, buscarão avançar nas discussões em Paris, segundo fontes da mídia israelense. Esta viagem ocorre um dia após o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, propor um plano para o futuro de Gaza, sugerindo que o território seja administrado por “funcionários locais” sem conexões com grupos terroristas, permitindo operações militares para evitar atividades terroristas e estabelecer uma “zona tampão” para proteger Israel, conforme o The Times of Israel relata.
Em novembro, uma trégua temporária permitiu a libertação de mais de 100 reféns mantidos pelo Hamas, em troca de 240 palestinos detidos por Israel, desde um ataque em outubro. Desde então, mediadores internacionais têm buscado um novo cessar-fogo para libertar os 130 reféns restantes e facilitar a entrada de ajuda humanitária em Gaza.
Em Paris, representantes do Hamas e de Israel devem discutir um plano de trégua de seis semanas, além da libertação de centenas de prisioneiros palestinos em troca de reféns israelenses. Discussões semelhantes também ocorreram no Egito, com a participação do líder político do Hamas, Ismail Haniyeh.
O plano de Netanyahu enfrenta oposição da Autoridade Palestina, que exige o fim da ocupação israelense e o reconhecimento de um Estado palestino independente. Além disso, Netanyahu busca desativar a Agência das Nações Unidas para os Refugiados Palestinos (UNRWA), acusando-a de envolvimento em um ataque anterior. A UNRWA, cujo financiamento foi reduzido por 16 países, fornece assistência vital para milhões de palestinos, especialmente em Gaza, que enfrentam dificuldades devido aos ataques e ao bloqueio israelenses.