O líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, ordenou ataques diretos a Israel em retaliação pelo assassinato de Ismail Haniyeh, líder do Hamas, ocorrido em Teerã. A informação foi confirmada por três autoridades iranianas ao The New York Times. As fontes, incluindo membros da Guarda Revolucionária do Irã, revelaram que a ordem foi emitida durante uma reunião de emergência do Conselho de Segurança Nacional nesta quarta-feira (31), após a confirmação da morte de Haniyeh.
Haniyeh estava em Teerã para a posse do novo presidente iraniano, Masoud Pezeshkian, no momento de seu assassinato. O Hamas e o governo iraniano responsabilizaram Israel, embora o país não tenha confirmado nem negado seu envolvimento.
O primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, afirmou que Israel aplicou “golpes devastadores” contra seus inimigos, referindo-se ao ataque que matou o comandante do Hezbollah, Fuad Shukr, sem mencionar Haniyeh. Netanyahu prometeu retaliação a qualquer um que ataque Israel.
O Irã apoia o Hamas na Faixa de Gaza, o Hezbollah no Líbano e outros grupos do “Eixo da Resistência”. O regime iraniano intensificou a pressão com ataques indiretos de seus aliados.
Em abril, Teerã lançou um ataque sem precedentes contra Israel com mísseis e drones, em resposta ao ataque que matou comandantes iranianos em Damasco, Síria. A retaliação foi em grande parte interceptada e causou poucos danos.
Agora, o regime iraniano considera uma nova rodada de ataques com mísseis e drones, possivelmente em coordenação com grupos aliados no Iémen, Síria e Iraque. As autoridades não confirmaram a intensidade ou a estratégia dos futuros ataques.
Khamenei instruiu a Guarda Revolucionária a preparar planos de ataque e defesa para uma possível escalada do conflito ou ataque dos Estados Unidos, aliado principal de Israel. O líder supremo prometeu “punição severa” após a morte de Haniyeh.
O novo presidente, Masoud Pezeshkian, o ministro das Relações Exteriores, a Guarda Revolucionária e a missão do Irã na ONU afirmaram seu direito de se defender e retaliar.
Os Estados Unidos reconheceram que os ataques não ajudam a diminuir a tensão, mas descartaram uma expansão imediata do conflito.
“Certamente não ajudam a baixar a temperatura”, disse o porta-voz de Segurança Nacional da Casa Branca, John Kirby. “No entanto, não há sinais de que uma escalada seja iminente.”