A Índia acredita que as tarifas de Trump atingiriam 87% dos produtos exportados para os EUA todos os anos.
O primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, está supostamente considerando cortar tarifas sobre dezenas de bilhões de dólares em produtos americanos que entram em seu país todos os anos, em um esforço para evitar as tarifas recíprocas do presidente Donald Trump, que devem entrar em vigor no mês que vem.
A Reuters informou que a Índia estava considerando cortar tarifas sobre “mais da metade das importações dos EUA no valor de US$ 23 bilhões”.
Sob as tarifas atuais do país, 55% dos produtos dos EUA estão sujeitos a uma tarifa de 5% a 30%, disse o relatório. Tarifas sobre carne, trigo e laticínios, que variam de 30% a 60%, estavam fora de questão. Tarifas sobre outros itens alimentícios poderiam ser reduzidas, assim como tarifas automotivas, que são maiores que 100%.
As autoridades indianas estavam especificamente preocupadas com tarifas sobre pérolas, combustíveis minerais, máquinas, caldeiras, equipamentos elétricos, produtos farmacêuticos e exportações automotivas.
Autoridades indianas disseram à Reuters que estavam abertas a reduzir “substancialmente” as tarifas sobre esses itens e, em alguns casos, eliminá-los completamente. Elas deixaram claro que só fariam isso se a Índia fosse poupada das tarifas de Trump, que entram em vigor em 2 de abril.
Os cortes propostos estão incluídos na primeira fase de um acordo comercial que está sendo negociado entre os EUA e a Índia, disse o relatório.
Se os cortes forem aprovados, eles serão os maiores cortes de tarifas feitos pela Índia em muitos anos.
A Índia espera evitar ser atingida pelas tarifas de Trump — que são direcionadas especificamente a países que têm tarifas sobre produtos dos EUA — porque os líderes do país acreditam que as tarifas de Trump “atingiriam 87% de suas exportações totais para os Estados Unidos, no valor de US$ 66 bilhões”.
Os Estados Unidos têm atualmente um déficit comercial de US$ 45 bilhões com a Índia, algo que Trump está tentando equilibrar.
