A Guatemala expressou sua disposição em participar de um “diálogo construtivo e respeitoso” com o novo governo de Donald Trump, presidente eleito dos Estados Unidos, embora ainda não tenha sido alcançado um acordo sobre a aceitação de migrantes deportados.
Em uma declaração emitida na quinta-feira, o governo guatemalteco informou que segue mantendo contato com a equipe de transição de Trump, mas esclareceu que não houve reuniões com autoridades para discutir o plano de deportar um número recorde de imigrantes indocumentados nos Estados Unidos.
A Reuters revelou, com exclusividade, que a Guatemala está disposta a receber cidadãos de outros países centro-americanos que forem deportados dos EUA, conforme informações de três fontes próximas ao assunto. Isso sugere que o governo de centro-esquerda do presidente Bernardo Arévalo deseja iniciar um relacionamento amigável com Trump, que tomará posse em 20 de janeiro.
“O Ministério das Relações Exteriores deseja esclarecer que qualquer declaração atribuída de forma anônima… não representa com precisão a posição oficial do governo guatemalteco”, afirmou o governo em seu comunicado.
A Guatemala tem se mostrado especialmente ativa na preparação para o segundo mandato de Trump, reunindo-se com membros da equipe de transição, incluindo o senador Marco Rubio antes de sua nomeação para secretário de Estado, e com o grupo conservador Heritage Foundation, para discutir temas como migração e deportações em massa, segurança nas fronteiras, tráfico de drogas e a influência da China, conforme relatado pela Reuters.
O país focaria em reintegrar principalmente seus cidadãos, buscando aplicar as habilidades adquiridas nos Estados Unidos no setor privado, de acordo com uma fonte oficial.
Além disso, a Guatemala, El Salvador, Honduras – conhecidos como o Triângulo Norte – e a Nicarágua enfrentam a pressão de Trump para aceitarem os deportados e lidar com a possível redução das remessas de imigrantes nos EUA, que são uma fonte crucial de recursos para suas economias.