Postagem oficial foi feita pelo Escritório de Assuntos do Hemisfério Ocidental, ligado ao Departamento de Estado
O governo dos Estados Unidos divulgou nesta quinta-feira (29) uma mensagem em português afirmando que “nenhum inimigo da liberdade de expressão dos americanos será perdoado”. A publicação foi feita na conta oficial do Escritório de Assuntos do Hemisfério Ocidental (WHA), órgão vinculado ao Departamento de Estado dos EUA.
“Que fique claro: nenhum inimigo da liberdade de expressão dos americanos será perdoado”, afirmou o WHA em postagem no X (antigo Twitter).
A mensagem acompanha uma publicação do secretário de Estado, Marco Rubio, que informou que os EUA avaliam restrições de vistos a autoridades estrangeiras que atuarem para censurar cidadãos americanos, mesmo fora do território dos Estados Unidos.
A publicação foi feita apenas em português, o que chamou atenção por se tratar de um idioma pouco comum nos canais oficiais do WHA. O órgão atua na implementação da política externa norte-americana na América do Norte, América Central, América do Sul e Caribe.
Moraes citado em apurações
Embora nenhum nome tenha sido mencionado diretamente na publicação, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, já foi citado anteriormente por parlamentares e autoridades dos EUA como possível alvo da Lei Magnitsky, que permite sanções contra indivíduos envolvidos em violações de direitos humanos e atos de censura.
O ministro também é citado em dois processos em curso nos EUA: um movido pela plataforma Rumble, que deixou o Brasil após ordens judiciais de Moraes, e outro pela Trump Media & Technology Group, ligada ao ex-presidente Donald Trump.
Contexto da medida
O governo norte-americano tem reiterado que tomará medidas contra qualquer autoridade estrangeira que tente restringir a liberdade de expressão de seus cidadãos, mesmo que essas ações ocorram fora do território dos EUA. A nova diretriz foi destacada por Marco Rubio em pronunciamento na quarta-feira (28), no qual afirmou que o governo Trump estuda a aplicação de restrições de vistos e outras sanções diplomáticas.
Até o momento, não houve manifestação oficial do governo brasileiro ou do STF sobre a publicação em português feita pelo Escritório de Assuntos do Hemisfério Ocidental.