No último fim de semana (20-22 de junho), mais de 50 intelectuais, jornalistas, advogados, parlamentares e ativistas de oito países se reuniram em Londres para o primeiro Fórum da Liberdade de Expressão de Westminster. Organizado pelo jornalista americano Michael Shellenberger e sua entidade Civilization Works, o evento focou em discutir as crescentes violações à liberdade de expressão globalmente.
Durante os três dias, os participantes debateram o aumento da censura, muitas vezes justificada por termos vagos como “discurso de ódio” e “desinformação”. Eles observaram que essa pressão não vem apenas da esquerda, sob a pretensão de combater o “populismo”, mas também de setores da direita que buscam silenciar vozes em debates sobre costumes e conflitos geopolíticos, como o conflito entre Israel e Hamas.
O Brasil foi destacado negativamente como um exemplo preocupante de restrições à liberdade de expressão. Os participantes expressaram choque com casos como o de Debora Rodrigues dos Santos, detida há 15 meses sem acusação formal por pichar a estátua da Justiça em protesto, e com o caso de Cleriston Pereira da Cunha, que faleceu sob custódia judicial apesar dos apelos por sua saúde delicada.
Além do Brasil, o Canadá também foi mencionado como outro país com um ambiente restritivo à liberdade de expressão, especialmente durante o protesto dos caminhoneiros contra vacinas obrigatórias, onde o governo utilizou poderes de emergência para suprimir manifestações e congelar contas bancárias.
O fórum destacou ainda o papel das grandes empresas de tecnologia na ampliação da censura online, muitas vezes influenciadas por políticas que visam restringir conteúdos considerados “discurso de ódio” ou “desinformação”. Os participantes enfatizaram a necessidade de compreender e resistir a essa tendência global de censura, alertando para as suas consequências para a liberdade de expressão e para a democracia.