Três filhos de Ismail Haniyeh, líder do Hamas, foram mortos em um ataque aéreo israelense na Faixa de Gaza nesta quarta-feira, conforme relatado pelo grupo islâmico palestino e pela família de Haniyeh.
As Forças Armadas de Israel afirmaram estar verificando o relatório.
Haniyeh, que reside no Qatar, tem sido uma figura proeminente na diplomacia internacional do Hamas enquanto a escalada do conflito com Israel continua em Gaza. A casa de sua família foi destruída em um ataque aéreo israelense em novembro.
Os três filhos – Hazem, Amir e Mohammad – foram mortos quando o carro em que estavam foi atingido por um bombardeio no campo de Al-Shati, em Gaza, de acordo com o Hamas. Três netos de Haniyeh também foram mortos no ataque, e um terceiro neto ficou ferido, conforme relatado pela mídia do Hamas.
“O sangue dos meus filhos não é mais valioso do que o sangue do nosso povo”, disse Haniyeh, de 61 anos, que tem 13 filhos e filhas, segundo fontes do Hamas, em entrevista à TV pan-árabe Al Jazeera.
Os três filhos e três netos estavam fazendo visitas familiares durante o primeiro dia do feriado muçulmano do Eid al-Fitr em Shati, seu campo de refugiados na Cidade de Gaza, de acordo com parentes.
O Hamas afirmou na terça-feira que estava analisando uma proposta de cessar-fogo israelense na guerra em Gaza, que já dura mais de seis meses, mas disse que era “intransigente” e não atendia às exigências palestinas.
“Nossas exigências são claras e específicas, e não faremos concessões a elas. O inimigo estará enganado se pensar que atacar meus filhos, no auge das negociações e antes de o movimento enviar sua resposta, pressionará o Hamas a mudar de posição”, disse Haniyeh.
Em meio ao sétimo mês de uma guerra em que os ataques aéreos e terrestres de Israel devastaram Gaza, o Hamas exige o fim das operações militares israelenses e a retirada do enclave, além da permissão para que os palestinos deslocados possam retornar para casa.
O filho mais velho de Haniyeh confirmou em uma publicação no Facebook que seus três irmãos foram mortos. “Graças a Deus por nos honrar com o martírio de meus irmãos, Hazem, Amir e Mohammad, e seus filhos”, escreveu Abdel-Salam Haniyeh.
Nomeado para o principal cargo do grupo militante em 2017, Haniyeh vive entre a Turquia e Doha, no Qatar, evitando as restrições de viagem impostas por Israel a Gaza e permitindo que ele atue como negociador nas últimas negociações de cessar-fogo ou comunique-se com o principal aliado do Hamas, o Irã.
Israel considera toda a liderança do Hamas como terrorista, acusando Haniyeh e outros líderes de continuarem a “puxar as cordas” da organização terrorista Hamas.
No entanto, não está claro até que ponto Haniyeh tinha conhecimento do ataque transfronteiriço de 7 de outubro a Israel por militantes baseados em Gaza. O plano de ataque, elaborado pelo conselho militar do Hamas em Gaza, era um segredo tão bem guardado que alguns líderes do Hamas no exterior pareciam chocados com seu timing e escala.