Nesta quarta-feira (31), os Estados Unidos declararam que os resultados das eleições na Venezuela, que proclamaram Nicolás Maduro como vencedor, são questionáveis devido à “completa falta de transparência” no processo eleitoral.
Brian Nichols, chefe do Departamento de Estado para a América Latina, destacou nas redes sociais a declaração do Centro Carter, uma organização americana que foi convidada para observar as eleições na Venezuela e concluiu que o pleito careceu de garantias democráticas.
“A declaração do Centro Carter reforça o que milhões de venezuelanos já sabem: a total falta de transparência na divulgação dos resultados faz com que a vitória anunciada pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE) no dia 29 de julho seja sem sentido. A vontade dos eleitores venezuelanos deve ser respeitada”, afirmou Nichols.
O CNE anunciou a vitória de Maduro com 51% dos votos na segunda-feira (29), mas o principal bloco opositor afirma ter acesso a 85% das atas, que indicariam uma vitória ampla para o candidato oposicionista, Edmundo González Urrutia, substituto de María Corina Machado.
Organizações como a ONU e a União Europeia, além de países como Estados Unidos, Brasil, Colômbia, Chile, México, Argentina e Espanha, solicitaram que as autoridades venezuelanas publiquem as atas de votação para verificar a legitimidade da vitória de Maduro.
Nichols também rejeitou as exigências de alguns líderes chavistas que pediram a prisão de Edmundo González Urrutia e María Corina Machado em resposta aos protestos pós-eleitorais.
“Os venezuelanos têm o direito constitucional de expressar suas opiniões livremente e sem represálias”, argumentou Nichols.