Os Estados Unidos expressaram, nesta quarta-feira (31), que estão “perdendo a paciência” com a demora das autoridades venezuelanas em divulgar as atas de votação que confirmariam a vitória do atual presidente Nicolás Maduro nas eleições do último domingo (28), conforme anunciado pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela.
– A nossa paciência, assim como a da comunidade internacional, está se esgotando enquanto aguardamos que as autoridades eleitorais venezuelanas sejam transparentes e publiquem os dados completos e detalhados dessas eleições para que todos possam verificar os resultados – afirmou John Kirby, porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca, em coletiva de imprensa.
Kirby afirmou que o governo do presidente Joe Biden compartilha das conclusões do Centro Carter, uma organização americana convidada pela Venezuela como observadora, que considerou as eleições como antidemocráticas.
Ele também comentou sobre os protestos recentes na Venezuela, afirmando que a população está se manifestando para exigir a contagem dos votos e que “não podem ser responsabilizados por isso”.
– Estamos profundamente preocupados com a possibilidade de que Maduro e seus representantes emitam mandados de prisão contra líderes da oposição – disse Kirby, condenando a violência política e qualquer forma de repressão.
– A comunidade internacional está atenta e nós responderemos conforme necessário – alertou.
O porta-voz adjunto do Departamento de Estado, Vedant Patel, reforçou a mensagem, afirmando que a paciência dos EUA e da comunidade internacional está “se esgotando” e destacou que “cada vez mais países” estão exigindo que o CNE venezuelano divulgue as atas de votação.
O CNE anunciou a vitória de Maduro na manhã de segunda-feira (29), com 51% dos votos. No entanto, o principal bloco de oposição alegou que seu candidato, Edmundo González Urrutia, foi o verdadeiro vencedor.
Organizações internacionais como a ONU, União Europeia, além de países como EUA, Brasil, Colômbia, Chile, México, Argentina e Espanha, estão pressionando as autoridades venezuelanas para que publiquem as atas de votação e permitam uma verificação adequada da suposta vitória de Maduro, enquanto milhares de venezuelanos protestam nas ruas contra o que consideram uma fraude eleitoral.
