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domingo, 22 setembro, 2024
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EUA declaram opositor Edmundo González vencedor das eleições venezuelanas

Por Marina B.

O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, afirmou nesta quinta-feira (1º) que o candidato da oposição, Edmundo González Urrutia, venceu as eleições na Venezuela.

“Com base nas evidências esmagadoras, é claro para os Estados Unidos e, mais importante, para o povo venezuelano, que Edmundo González Urrutia recebeu a maioria dos votos na eleição presidencial de 28 de julho”, disse Blinken em um comunicado, parabenizando a oposição e pedindo uma transição pacífica e respeitosa.

Blinken criticou os resultados anunciados pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE), que é controlado pelo governo chavista, afirmando que os números divulgados são falhos e não refletem a verdadeira vontade popular. O CNE declarou Nicolás Maduro como vencedor com 51,2% dos votos, enquanto González recebeu 44,2%, mas o CNE não apresentou dados que comprovem esses resultados. A oposição alega ter evidências de fraude eleitoral.

O comunicado destaca que, apesar dos apelos internacionais, o CNE ainda não divulgou os dados eleitorais, e a missão de observadores do Centro Carter apontou irregularidades no processo. “Enquanto isso, a oposição democrática publicou mais de 80% das folhas de contagem recebidas diretamente das seções eleitorais em toda a Venezuela, mostrando que Edmundo González Urrutia obteve a maioria dos votos por uma margem significativa”, afirma o comunicado, mencionando que observadores, pesquisas de boca de urna e contagens rápidas corroboram essa versão.

Blinken afirmou que, após consultas com parceiros globais, nenhum país concluiu que Maduro recebeu a maioria dos votos. Em resposta, Maduro pediu aos EUA que “tirem o nariz” da Venezuela. “Os Estados Unidos saem para dizer que a Venezuela tem outro presidente. Eles devem tirar o nariz da Venezuela, pois é o povo soberano que governa, nomeia e escolhe”, afirmou Maduro, que foi proclamado reeleito pela autoridade eleitoral governista amid acusações de fraude.

Blinken também condenou as ameaças de prisão de Maduro contra Corina Machado e González, chamando-as de uma “tentativa antidemocrática de reprimir a participação política e manter o poder”. Ele pediu garantias de segurança para os opositores e a liberação imediata dos manifestantes presos — mais de mil, segundo o Ministério Público da Venezuela, também controlado pelo chavismo. “As forças de segurança e a aplicação da lei não devem ser usadas como um instrumento de violência política contra cidadãos exercendo seus direitos democráticos”, destacou.

Os EUA estão adotando uma postura firme com a Venezuela e alertaram que a “paciência está se esgotando” em relação à falta de transparência nas atas eleitorais.

O Brasil também pediu transparência, mas evitou reconhecer os resultados. O país assinou uma nota conjunta com México e Colômbia, exigindo uma apuração imparcial dos resultados. Essa declaração seguiu um telefonema entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva, Andrés Manuel López Obrador e Gustavo Petro, todos de esquerda e próximos a Maduro.

Após a controversa reeleição de Maduro em 2019, EUA, Brasil e mais de 50 países reconheceram Juan Guaidó como presidente autoproclamado, mas esse apoio não se traduziu em poder para o opositor, que atualmente vive no exílio.

Mais cedo, Maduro sugeriu retomar as negociações com os EUA, afirmando que está disposto a dialogar se o governo dos EUA respeitar a soberania venezuelana e parar com as ameaças. Ele condicionou possíveis contatos ao cumprimento de um memorando de entendimento assinado em setembro do ano passado, que prevê o desbloqueio de bens venezuelanos e a suspensão das sanções pelos EUA após a posse do presidente eleito.

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