Os Estados Unidos anunciaram nesta terça-feira (30), a retomada das sanções ao setor de petróleo e gás da Venezuela, em resposta à decisão do Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) de manter a inabilitação política da deputada opositora María Corina Machado.
Segundo Matthew Miller, porta-voz do Departamento de Estado americano, a licença que aliviava as restrições ao setor de petróleo e gás não será renovada e expirará em 18 de abril de 2024.
A medida foi tomada pelo governo do presidente Joe Biden, devido à falta de avanços nas negociações entre o ditador Nicolás Maduro e a Plataforma Unitária da oposição, especialmente no que diz respeito à participação de todos os candidatos presidenciais nas eleições deste ano.
O anúncio ocorreu horas após o Escritório de Controle de Ativos Estrangeiros (OFAC) do Departamento do Tesouro dos EUA estabelecer o prazo de 13 de fevereiro, para “liquidar qualquer transação pendente” com a Minerven, a mineradora estatal de extração de ouro da Venezuela.
Os Estados Unidos cumpriram a ameaça de reimpor sanções ao petróleo, gás e ouro venezuelanos, previamente suspensas sob duas condições: a libertação de presos políticos e garantias para eleições livres.
Maria Corina Machado, apesar da sentença que a tornou inelegível, rejeitou desistir de sua candidatura à presidência, afirmando que representa a escolha de quase 3 milhões de venezuelanos nas primárias de outubro. O governo dos EUA expressou insatisfação com a falta de progresso nas negociações e destacou a necessidade de respeitar os acordos de Barbados como o caminho mais viável para resolver a crise na Venezuela e realizar eleições inclusivas.
A retomada das sanções representa um impacto significativo no setor de petróleo venezuelano, já prejudicado pela corrupção e má gestão na PDVSA, resultando em uma drástica redução na capacidade de produção. Enquanto isso, a Guiana, envolvida em disputas territoriais com a Venezuela, experimenta um rápido crescimento econômico impulsionado pela descoberta de petróleo bruto, tornando-se um ponto de interesse para os EUA e a União Europeia.