O líder da oposição venezuelana, Edmundo González, participará remotamente de uma reunião com os ministros das Relações Exteriores dos 27 estados-membros da União Europeia nesta quinta-feira em Bruxelas, conforme informou o ministro das Relações Exteriores da Espanha, José Manuel Albares.
González, um ex-diplomata de 74 anos, disputou a presidência contra Nicolás Maduro em uma eleição realizada no mês passado, que a oposição, alguns países ocidentais e organismos internacionais, como um painel de especialistas da ONU, consideram não transparente.
“Edmundo González estará presente hoje para compartilhar seu ponto de vista”, declarou Albares a repórteres antes de uma reunião com os ministros de Relações Exteriores da UE em Bruxelas. “Foi um pedido pessoal que recebi e que transmiti ao alto representante, Josep Borrell, e que apoiei”, acrescentou.
O conselho eleitoral da Venezuela e o tribunal superior proclamaram Maduro, no poder desde 2013, como vencedor da eleição de 28 de julho, mas não divulgaram a contagem completa dos votos. Em contraste, a oposição venezuelana publicou suas próprias contagens, mostrando uma vitória esmagadora de González, com 67% de apoio.
Borrell tem repetidamente exigido a divulgação dos registros de votação, o fim da perseguição política e a abertura de um diálogo entre os oponentes, o que levou Maduro a criticá-lo publicamente. Albares afirmou que a Espanha não reconhecerá os resultados da eleição enquanto os registros de votação não forem divulgados.
González está sendo investigado pelo Procurador-Geral Tarek Saab por incitação e outros crimes. Ele ignorou duas intimações para testemunhar sobre o site de oposição onde as contagens de votos foram publicadas. Saab anunciou que emitirá uma terceira intimação para o líder da oposição.
As autoridades do partido no poder acusam a oposição de incitar violência. Os protestos desde a eleição resultaram em pelo menos 27 mortes. O grupo de direitos humanos Foro Penal relata que cerca de 1.780 pessoas estão detidas como prisioneiras políticas, incluindo 114 adolescentes, e vários líderes da oposição foram presos.