Cuba oficializou seu pedido de adesão ao BRICS como “país parceiro” nesta segunda-feira, 7 de outubro, por meio de uma carta enviada ao presidente da Rússia, Vladimir Putin. A Rússia, que detém atualmente a presidência rotativa do bloco, recebeu a solicitação com o objetivo de aprofundar a cooperação de Cuba com o grupo, composto por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. O BRICS é amplamente considerado uma alternativa ao G7, reunindo países emergentes que desempenham papéis importantes na economia e geopolítica global.
O anúncio foi feito por Carlos Miguel Pereira, diretor-geral de Assuntos Bilaterais do Ministério das Relações Exteriores de Cuba. Em suas palavras, o BRICS “tem se afirmado como um elemento crucial na geopolítica global” e surge como “uma esperança para os países do Sul Global”, um termo que geralmente se refere a nações em desenvolvimento na África, América Latina e Ásia.
Pereira destacou o envio da carta ao presidente russo por meio de uma publicação em sua conta no Twitter/X. Ele ressaltou a importância do BRICS para a ordem mundial multipolar que se desenha, especialmente para países que buscam uma alternativa às instituições dominadas pelas potências ocidentais, como o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Mundial.
O embaixador da Rússia em Havana, Viktor Coronelli, já havia sinalizado anteriormente que a Rússia aguardava a presença de uma delegação cubana na cúpula do BRICS, marcada para ocorrer entre os dias 22 e 24 de outubro em Kazan, Rússia. Além disso, Putin estendeu um convite direto ao líder cubano, Miguel Díaz-Canel, para que ele participe do evento, sinalizando uma crescente proximidade entre os dois países no cenário internacional.
Expansão do BRICS e novos membros
Desde o início de 2023, a Rússia tem presidido o BRICS, e o bloco passou por uma expansão significativa. Além dos membros fundadores – Brasil, Rússia, Índia e China –, a África do Sul ingressou em 2011. Mais recentemente, seis novos países foram aceitos no grupo: Egito, Etiópia, Irã, Emirados Árabes Unidos, Arábia Saudita e Argentina. Este crescimento demonstra o crescente apelo do bloco entre economias emergentes que buscam maior influência nas esferas econômicas e políticas globais.
Nos últimos meses, vários outros países manifestaram interesse em se juntar ao BRICS. Em junho, o primeiro-ministro da Malásia, Anwar bin Ibrahim, confirmou ao presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, que seu país tem intenção de aderir ao grupo. O Azerbaijão também formalizou sua solicitação em agosto. Além disso, Yuri Ushakov, assessor presidencial da Rússia, recentemente revelou que a Turquia apresentou uma candidatura para se tornar membro pleno do BRICS, e seu pedido está atualmente em avaliação.
Essa expansão e o interesse crescente de outros países em ingressar no bloco indicam que o BRICS está se consolidando como um dos principais atores no cenário global, promovendo alternativas às instituições tradicionais lideradas pelo Ocidente, como o G7 e as organizações financeiras internacionais.