O candidato à presidência da Venezuela, Manuel Rosales, declarou na quarta-feira sua disposição para ceder seu lugar nas urnas a um candidato de unidade, diante da incerteza sobre quem liderará a oposição na disputa de julho contra o presidente Nicolás Maduro.
Nem a vencedora avassaladora das primárias da oposição em outubro, nem seu suplente conseguiram registrar suas candidaturas antes do prazo final de segunda-feira. No entanto, dois grupos de oposição, incluindo o partido Um Novo Tempo de Rosales, conseguiram registrar seus candidatos.
A oposição tem até 20 de abril para realizar negociações internas sobre a possibilidade de apoiar um dos candidatos registrados ou nomear substitutos.
“Com sinceridade, façam uma negociação, busquem um candidato capaz de superar os obstáculos do governo, procurem-nos e entregarei a candidatura a quem quer que seja”, disse Rosales, governador da província de Zulia, em um evento em Maracaibo.
Rosales, que alguns membros da oposição acusam de se tornar muito próximo do partido no poder durante seu governo, disse na terça-feira que se registrou para garantir a presença de um candidato da oposição e evitar a ausência.
O grupo Unidade Democrática registrou Edmundo Gonzalez, um ex-embaixador, mas fontes disseram que sua inscrição serve como um substituto para um potencial substituto.
Maria Corina Machado, vencedora das primárias da oposição em outubro, mas impedida de concorrer, disse que estava tomando decisões sobre qualquer aliança potencial com Rosales “dia após dia”.
Apesar do apoio de Washington, a oposição da Venezuela tem lutado para remover Maduro, no poder desde 2013. Muitas figuras proeminentes da oposição enfrentaram proibições ou detenções.
Na semana passada, o procurador-geral da Venezuela, Tarek Saab, anunciou a prisão de duas pessoas próximas a Machado e a emissão de mandados para outros sete membros de sua equipe. Alguns líderes da oposição buscaram refúgio na embaixada argentina em Caracas.
