O ex-congressista e líder da oposição na Venezuela, Williams Dávila, foi hospitalizado em estado grave após sua detenção na semana passada, no meio de uma onda de prisões relacionadas a protestos pós-eleitorais. A informação foi divulgada por seu filho nesta quarta-feira, 14.
“Ele foi internado com febre alta, desidratação e uma infecção urinária profunda que evoluiu para prostatite aguda, com risco de septicemia”, relatou Williams Dávila Valeri à agência de notícias AFP.
Dávila Valeri já havia informado anteriormente no X (antigo Twitter) sobre a condição grave de seu pai. “Ele está sendo tratado no Hospital Clínicas Caracas sob custódia do Serviço de Inteligência (Sebin). Ainda não conseguimos visitá-lo”, acrescentou.
Aos 73 anos e recentemente submetido a uma cirurgia cardíaca, Dávila foi preso na quinta-feira, 8, após uma vigília da oposição em uma praça de Caracas que pedia a liberação de “presos políticos”.
Em 28 de julho, mais de 2.400 pessoas foram detidas por protestos contra a reeleição de Nicolás Maduro, em um processo acusado de fraude eleitoral e condenado pela comunidade internacional.
As autoridades venezuelanas não comentaram sobre a prisão do líder opositor nem sobre as acusações contra ele. A Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) pediu ao governo venezuelano que “tome as medidas necessárias para garantir a vida, a vitória do seu candidato, Edmundo González Urrutia, e afirma possuir evidências de fraude eleitoral. Enquanto isso, o regime de Nicolás Maduro acusa a oposição de tentar um “golpe de Estado” e pede a prisão dos envolvidos. O Ministério Público venezuelano abriu uma investigação criminal contra ambos os lados.
A comunidade internacional expressou preocupação com as detenções e pediu mais informações sobre o processo eleitoral, cujos detalhes ainda não foram divulgados pela autoridade eleitoral.