A Polícia equatoriana invadiu a embaixada mexicana em Quito para prender o ex-vice-presidente equatoriano Jorge Glas, que estava refugiado no local. O México condenou o ato como “autoritário” e uma “violação” de sua soberania.
O México decidiu suspender as relações diplomáticas com o Equador após a polícia equatoriana invadir a embaixada mexicana em Quito na noite de sexta-feira (05/04) e deter o ex-vice-presidente equatoriano Jorge Glas.
O presidente mexicano, Andrés Manuel López Obrador, afirmou que a invasão foi “um ato autoritário” e uma clara violação do direito internacional e da soberania mexicana.
A invasão ocorreu horas após o México conceder asilo político a Glas, que estava refugiado na embaixada mexicana desde 17 de dezembro.
Glas é alvo de um mandado de prisão por desvio de fundos públicos e foi condenado a seis anos de prisão por corrupção em um caso envolvendo a Odebrecht, durante seu mandato como vice-presidente do Equador durante o governo de Rafael Correa (2007-2017).
O Equador defendeu a invasão, descrevendo o asilo concedido pelo México como “um ato ilícito” que apoia a evasão da justiça equatoriana e promove a impunidade.
A Presidência do Equador defendeu a operação policial, acusando o México de violar o quadro jurídico convencional e abusar das imunidades e privilégios concedidos à missão diplomática mexicana.
A crise entre os dois países se agravou na quinta-feira, quando o governo equatoriano declarou a embaixadora do México, Raquel Serur Smeke, persona non grata em retaliação a declarações feitas por López Obrador sobre o assassinato do candidato à presidência equatoriana Fernando Villavicencio.
Após a declaração, o México instruiu Serur a retornar ao país natal para “salvaguardar sua segurança e integridade”.
A violência política no México tem aumentado, com uma série de homicídios, incluindo o de uma candidata municipal e um prefeito na última semana. O país tem eleições municipais e federais marcadas para junho.