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domingo, 24 novembro, 2024
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Crise das drogas atinge latinos: Mortes por overdose triplicam em uma década

Por Marina B.

As mortes por overdose entre latinos quase triplicaram na última década, e uma organização sem fins lucrativos dedicada a abordar casos envolvendo fentanil lançou uma campanha bilíngue com o objetivo de aumentar a conscientização entre os membros desse grupo demográfico esta semana.

A plataforma online La Nueva Drug Talk, lançada pela Song for Charlie, visa facilitar a forma como pais, tutores ou professores podem abordar o assunto com adolescentes e jovens latinos. Inclui vídeos do TikTok, sugestões para falar sobre saúde mental e cenários práticos para discutir o uso de drogas e overdoses entre conhecidos.

A iniciativa também inclui sessões presenciais, inicialmente na Califórnia e em Washington DC, para discutir essas mesmas questões.

“Queremos que isso seja levado à mesa de jantar, que seja discutido de forma pessoal e realista”, disse Renee Cuevas, membro da equipe que desenvolveu a iniciativa. “Serão necessárias várias conversas, mas nossa esperança é que comecemos e as informações que fornecemos ajudem a causar um impacto.”

Cuevas também aponta as lutas que muitos de sua geração enfrentaram, como as interrupções educacionais e os impactos da pandemia na saúde mental, como razões pelas quais um programa como este é um recurso importante.

As mortes por overdose entre latinos quase triplicaram desde 2011, de acordo com um relatório publicado no ano passado no American Journal of Epidemiology.

Apesar destes números, existem poucos serviços modelados especificamente para latinos, como centros de reabilitação bilíngues ou programas que tenham em conta fatores culturais, como o estigma em torno da discussão da saúde mental. É por isso que, segundo o site da iniciativa, estas são “as conversas mais urgentes que podemos ter”.

Os latinos estão sendo mais afetados pela crise do fentanil porque uma maior proporção deles vive em cidades como Nova Iorque, San Diego e Los Angeles, onde o opiáceo penetrou mais, seja sozinho ou misturado com outras drogas, informou a NBC News.

Mas as cidades mais pequenas com populações latinas consideráveis também estão registrando um aumento alarmante nas mortes por opiáceos. Foi o caso de Carrollton, Texas, que assistiu a uma onda de mortes por overdose entre adolescentes de apenas 14 anos numa cidade onde mais de 30% da população é latina.

O fentanil não é novo, é usado nos EUA desde 1960 como anestésico intravenoso. Ainda hoje é prescrito pelos médicos, muitas vezes na forma de adesivos e pastilhas, para tratar dores intensas e crônicas causadas por câncer e outras doenças e lesões, relata a Yale Medicine.

Mas o fentanil deixou de ser produzido exclusivamente por empresas farmacêuticas e agora também vem de cartéis de drogas e outras entidades, diz o Dr. David Fiellin, médico de cuidados primários da Yale Medicine especializado em medicina anti-dependência. “Nós nos referimos a ele como fentanil fabricado ilicitamente”.

Em 2022, de acordo com dados provisórios dos Centros de Controle de Doenças (CDC), cerca de 83.000 pessoas morreram de overdose de opiáceos nos EUA, a maioria por fentanil e outras substâncias sintéticas altamente potentes.

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