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sábado, 21 setembro, 2024
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Crise da França: Macron rejeita nomeação de governo de esquerda e anuncia nova rodada de consultas

Por Marina B.

Após concluir a primeira rodada de consultas com os partidos políticos representados na Assembleia Nacional francesa, o presidente Emmanuel Macron anunciou que não nomeará um governo de esquerda. O líder da França Insubmissa, Manuel Bompard, criticou duramente a decisão, descrevendo-a como “um golpe antidemocrático inaceitável” em uma entrevista ao canal BFMTV.

Na segunda-feira (26), Macron rejeitou a nomeação da candidata da Nova Frente Popular (NFP) de esquerda, Lucie Castets, para o cargo de primeira-ministra, argumentando que isso garantiria a “estabilidade institucional” do país. O presidente convocou uma nova série de consultas com partidos e “personalidades” para tentar superar o impasse político que persiste desde as eleições de 7 de julho. A votação resultou em um Parlamento dividido em três grandes blocos, sem que nenhum deles tenha conseguido formar uma maioria até agora.

Macron explicou que um governo formado apenas com base na aliança com maior número de deputados, a Nova Frente Popular, seria imediatamente censurado na Assembleia Nacional. As consultas, iniciadas no final da semana passada, serão retomadas na terça-feira (27).

Embora não tenha mencionado diretamente o partido de esquerda radical França Insubmissa (LFI), fundado por Jean-Luc Mélenchon, Macron incentivou socialistas, ecologistas e comunistas da NFP a “cooperarem com outras forças políticas”. A decisão de Macron gerou forte reação da oposição. Manuel Bompard acusou o presidente de ignorar o resultado das eleições e criticou a decisão como uma violação grave da democracia.

A Nova Frente Popular declarou que só retornará ao Palácio do Eliseu para discutir a formação de um governo liderado por Lucie Castets, do Partido Socialista. O secretário nacional do Partido Comunista, Fabien Roussel, reiterou que a NFP não participará de outras discussões a menos que Castets seja nomeada primeira-ministra, e pediu uma “grande mobilização popular”.

Marine Tondelier, líder ecologista, criticou o argumento de “instabilidade” apresentado por Macron, lembrando que a dissolução da Assembleia Nacional foi feita sem consulta ao público ou à classe política. Ela denunciou a recusa em aceitar o resultado da eleição como uma “irresponsabilidade democrática perigosa” e prometeu continuar lutando para respeitar a vontade dos franceses.

A indicação de Lucie Castets parecia uma alternativa sensata para evitar a rejeição ao partido de Mélenchon, apesar de a LFI ter o maior número de deputados na coligação. No entanto, a direita e parlamentares de centro, inclusive do movimento de Macron, alertaram que votariam por uma moção de censura se a aliança com a França Insubmissa fosse insistida, mesmo com Mélenchon disposto a abrir mão de ministérios.

Macron também apelou a todos os líderes políticos para demonstrarem responsabilidade. Na terça-feira (27), ele lançará um novo ciclo de consultas para encontrar um novo primeiro-ministro, envolvendo dirigentes partidários e “personalidades com experiência ao serviço do Estado e da República”. A busca por uma solução para a crise política é urgente para acalmar os mercados e elaborar o orçamento de 2025, que será debatido a partir de outubro.

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