Há meses, os agricultores têm expressado sua frustração com a burocracia e a competição das importações baratas de certos países em toda a União Europeia.
Apesar dos anúncios feitos pela Comissão Europeia na noite passada, os agricultores poloneses retomaram os protestos, bloqueando estradas de acesso a várias cidades importantes, incluindo uma autoestrada crucial na fronteira entre a Polônia e a Alemanha.
A manifestação em Swiecko, próxima à cidade alemã de Frankfurt, forçou as autoridades alemãs a desviar o tráfego antes da fronteira, resultando em cerca de 18.000 caminhões que normalmente passam pela região a buscar rotas alternativas entre Berlim e Varsóvia.
Na A2, que leva aos postos fronteiriços de Slubice e Kostrzyn, apenas veículos de emergência foram autorizados a atravessar o bloqueio.
Os agricultores afirmam que permanecerão até a Páscoa, ou mesmo mais tempo, se suas demandas não forem atendidas.
A Polônia tem sido uma das líderes na luta contra as importações isentas de tarifas, com agricultores poloneses bloqueando postos fronteiriços com a Ucrânia em fevereiro, derramando cereais ucranianos e incendiando pneus, enquanto intensificavam protestos nacionais contra a importação de alimentos da Ucrânia e as políticas ambientais da União Europeia.
Essas ações ocorrem ao mesmo tempo em que legisladores da UE concordaram, na quarta-feira, em renovar tarifas de importação para produtos da Ucrânia, incluindo medidas de proteção para produtos agrícolas como cereais e mel, em resposta às preocupações dos agricultores nos 27 países membros do bloco.
O primeiro-ministro polonês, Donald Tusk, afirmou que a Europa atualmente tem mais de 20 milhões de toneladas de excesso de cereais em estoque, com nove milhões de toneladas desse excedente apenas na Polônia.