Os cidadãos de Israel esperavam ansiosos por atualizações sobre a possível resposta do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu ao primeiro ataque direto do Irã, à medida que a pressão internacional por contenção aumentava, gerando preocupações sobre uma escalada do conflito no Oriente Médio.
Netanyahu convocou seu gabinete de guerra pela segunda vez em menos de 24 horas na segunda-feira (15), para avaliar uma possível resposta ao amplo ataque de mísseis e drones do Irã no fim de semana, conforme relatou uma fonte do governo.
Embora o ataque não tenha resultado em mortes e tenha causado danos limitados, graças às defesas aéreas de Israel e aos esforços coordenados com seus aliados, ele intensificou as apreensões de que a violência da guerra em Gaza possa se espalhar e gerar um conflito aberto entre os inimigos históricos.
O chefe do Estado-Maior militar israelense, Herzi Halevi, declarou na segunda-feira (15), que “este lançamento de tantos mísseis, mísseis de cruzeiro e drones em território israelense terá uma resposta”, mas não forneceu detalhes sobre essa resposta.
O vice-ministro das Relações Exteriores do Irã, Ali Bagheri Kani, afirmou à TV estatal na segunda à noite que a resposta de Teerã a qualquer ação de retaliação israelense seria imediata, destacando que o Irã não esperaria 12 dias para reagir.
No entanto, a perspectiva de uma retaliação de Israel preocupou muitos iranianos, já sobrecarregados por dificuldades econômicas e restrições sociais e políticas mais severas desde os protestos de 2022-23.
O Irã lançou o ataque em resposta a um ataque aéreo ao complexo de sua embaixada em Damasco, em 1º de abril, atribuído a Israel, e indicou que não deseja uma nova escalada do conflito.
O presidente dos EUA, Joe Biden, informou a Netanyahu durante o fim de semana que os Estados Unidos, que auxiliaram Israel a minimizar o ataque iraniano, não participariam de uma retaliação israelense.
Desde o início da guerra em Gaza, em outubro, houve confrontos entre Israel e grupos alinhados ao Irã baseados no Líbano, Síria, Iêmen e Iraque.
Israel informou que quatro de seus soldados foram feridos centenas de metros dentro do território libanês durante a noite, marcando a primeira incursão terrestre conhecida de Israel no Líbano desde o início da guerra em Gaza, embora tenha trocado tiros com a milícia libanesa Hezbollah.
“Estamos à beira de um precipício e precisamos nos afastar dele”, disse Josep Borrell, chefe de relações exteriores da União Europeia, em entrevista à estação de rádio espanhola Onda Cero.
O presidente francês, Emmanuel Macron, o chanceler alemão, Olaf Scholz, e o secretário de Relações Exteriores britânico, David Cameron, fizeram apelos semelhantes. Washington e o secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, também pediram moderação.