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segunda-feira, 30 setembro, 2024
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Conferência de Munique: Ucrânia e Gaza no centro das atenções globais

Por Marina B.

Inicia-se nesta sexta-feira a Conferência de Segurança de Munique, um dos mais proeminentes fóruns internacionais sobre política e segurança no mundo, programado para acontecer até domingo na cidade de Munique, no sul da Alemanha. Nesta 60ª edição, as discussões devem girar em torno da guerra na Ucrânia e do conflito em Gaza, embora um personagem ausente deva dominar os debates: o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

Recentemente, o ex-presidente americano ameaçou, caso seja reeleito, não defender os países membros da Otan que estejam em débito com a aliança militar ocidental, gerando preocupações na Europa e prometendo ser um dos temas mais debatidos na Conferência de Segurança de Munique de 2024.

Consequentemente, um dos principais tópicos a serem abordados em Munique a partir desta sexta-feira (16/02), será a busca por maior independência dos europeus em relação ao seu grande aliado do outro lado do Atlântico, particularmente em termos de política de segurança. Em resposta às ameaças de Trump, os europeus começam a cogitar a possibilidade de possuir seu próprio arsenal nuclear, visando não depender dos Estados Unidos em caso de um eventual ataque russo ao continente.

Atualmente, apenas França e Reino Unido possuem armas nucleares na Europa, com o Reino Unido já tendo se retirado da União Europeia. Nesse contexto, o presidente francês, Emmanuel Macron, propôs a utilização do arsenal atômico francês, como uma espécie de escudo dissuasivo na União Europeia contra possíveis ameaças vindas de Moscou, uma ideia que certamente será debatida durante a conferência.

Além dos temas da Ucrânia e do conflito em Gaza, espera-se que outras questões, como a crise no Oriente Médio, as relações com a China, a tensão com Taiwan e a segurança cibernética, também estejam em pauta.

Cerca de 50 chefes de Estado e de governo, juntamente com vários ministros de Estado, participarão do evento em Munique, totalizando cerca de 800 participantes. A abertura do encontro, nesta sexta-feira, será conduzida pelo secretário-geral da ONU, António Guterres.

O presidente ucraniano, Volodimir Zelenski, fará sua primeira aparição no evento desde o início da invasão russa, discursando no sábado. A Ucrânia, que enfrenta dificuldades para aprovar um novo pacote de ajuda de 60 bilhões de dólares dos Estados Unidos pelo Congresso americano, busca apoio para suas necessidades urgentes de munições e armamentos.

Outro ponto de destaque será a conversa bilateral entre Zelenski e a vice-presidente americana, Kamala Harris, além da presença do secretário de Estado americano, Antony Blinken, e mais de 30 congressistas americanos, tanto republicanos quanto democratas.

O chanceler alemão, Olaf Scholz, fará um discurso no sábado, acompanhado por diversos ministros de Estado alemães. Também são esperadas as presenças do presidente francês, Emmanuel Macron, e do primeiro-ministro polonês, Donald Tusk.

O presidente de Israel, Isaac Herzog, juntamente com o ministro do Exterior do país, Israel Katz, participarão do evento, assim como o primeiro-ministro palestino, Mohammed Shtayyeh, com a situação no sul da Faixa de Gaza e a busca por uma solução para o conflito estando entre os temas a serem discutidos.

Este ano, assim como em 2023, não foram convidados representantes do governo russo, nem da liderança iraniana. A ausência do ministro do Exterior russo, Serguei Lavrov, e do presidente russo, Vladimir Putin, reflete a postura de não recebimento após a invasão russa da Ucrânia. O mesmo se aplica à liderança iraniana. Além disso, representantes do partido alemão de extrema direita Alternativa para a Alemanha (AfD) também não foram convidados, em meio a controvérsias e protestos em razão de uma reunião sigilosa onde membros do partido discutiram a expulsão em massa de migrantes da Alemanha.

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