Arquivos recém-abertos detalham conversas frequentes e elogios que ampliam a dimensão da relação entre o linguista e o financista
A nova leva de documentos divulgados pelo Congresso norte-americano ampliou o entendimento sobre a proximidade entre Noam Chomsky e Jeffrey Epstein. As informações mostram que a troca de mensagens entre os dois era mais frequente do que se imaginava. Os arquivos incluem uma carta atribuída ao linguista na qual ele descreve o relacionamento com o financista como fonte de estímulo intelectual.
O material reforça que o contato continuou mesmo depois da condenação de Epstein por crimes sexuais, em 2008. A correspondência sugere que o pensador norte-americano acompanhou parte dos desdobramentos que envolveram o financista até sua morte, em 2019, durante nova investigação.
No texto atribuído a Chomsky, há referências a conversas sobre política internacional, economia e diplomacia. O documento também cita ofertas de hospedagem em imóveis de Epstein em Nova York e no Novo México.
E-mails, encontros e a carta de Chomsky
A carta, tornada pública por uma rádio universitária dos EUA, foi endereçada “a quem possa interessar” e contém assinatura digitada ligada ao cargo que Chomsky assumiu na Universidade do Arizona em 2017. O autor menciona discussões prolongadas com Epstein e agradece por explicações ligadas ao sistema financeiro. O texto lembra ainda um episódio relacionado aos Acordos de Oslo, quando o financista teria telefonado, durante uma conversa, para o diplomata responsável pelas negociações.
A relação de Epstein com figuras influentes provocou consequências em diferentes setores. Nomes como o ex-príncipe Andrew e o ex-secretário do Tesouro dos Estados Unidos Larry Summers enfrentaram repercussões diretas. A reportagem menciona ainda que o Congresso norte-americano aprovou, em novembro, a lei que determinou a liberação integral dos arquivos do caso.
