O governo do Chipre confirmou no sábado (09), que o primeiro navio da ONG espanhola Open Arms, carregado com ajuda humanitária para Gaza, poderia partir da ilha neste fim de semana. No entanto, ressaltou que existem questões a serem esclarecidas e alertou para possíveis incidentes de segurança, considerando a região uma “zona de guerra”.
O estabelecimento do corredor marítimo de ajuda humanitária para a Faixa de Gaza a partir do Chipre, foi anunciado na sexta-feira 8), pela presidente da Comissão Europeia, Ursula Von der Leyen, como parte dos esforços internacionais para aliviar a crise no enclave palestino.
Este anúncio ocorreu um dia após o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, instruir as Forças Armadas americanas a facilitarem a construção de um porto temporário em Gaza, para permitir a entrega de alimentos.
Os envios aéreos organizados pelos EUA, têm sido insuficientes para suprir a população de 2,2 milhões, que enfrenta ameaças de fome e grave escassez de recursos após cinco meses de conflito.
O ministro das Relações Exteriores do Chipre, Constantinos Kombos, afirmou que há várias variáveis a serem consideradas, uma vez que estão operando em uma zona de guerra. Ele mencionou a possibilidade de incidentes que possam afetar a operação do corredor, seja em Gaza, Israel ou na fronteira libanesa, além das condições climáticas adversas e potenciais ações maliciosas.
Embora o plano seja abrir o corredor marítimo neste fim de semana, como anunciado por Ursula Von der Leyen, Kombos enfatizou a importância de equilibrar a velocidade com a eficiência. Segundo a mídia local, autoridades israelenses estão inspecionando a carga no porto cipriota de Larnaca, onde o navio espanhol está ancorado.
A Open Arms declarou que seu navio está pronto para partir a qualquer momento, transportando toneladas de alimentos, água e produtos essenciais para a população civil palestina. O navio percorrerá aproximadamente 400 quilômetros para entregar os suprimentos em Gaza, onde serão distribuídos por equipes em terra da World Central Kitchen, uma ONG liderada pelo chef espanhol José Andrés. Outros navios também estão sendo anunciados para seguir com mais ajuda humanitária, incluindo um anunciado neste sábado pelo presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, que transportará 3 mil toneladas.
