O presidente Trump disse a repórteres que falou com a China ‘muitas vezes’
Os primeiros sinais estão surgindo de que a China está “cedendo” aos EUA e ao presidente Donald Trump em relação às tarifas, de acordo com um especialista em política externa.
Gordon Chang, membro sênior do Gatestone Institute, concordou que há “uma vitória para Trump” depois que o presidente revelou que conversou com a China sobre tensões comerciais e a recente isenção de alguns produtos americanos da tarifa de 125%.
“A China está fazendo isso, mas não está anunciando. Só não está impondo tarifas sobre produtos de aviação, produtos químicos industriais e semicondutores. É mais ou menos como o jeito chinês de fazer”, disse Chang no programa “Varney & Co.” na sexta-feira.
“É basicamente isso: eles estão cedendo, mas não querem dizer que estão cedendo.”
No gramado da Casa Branca na manhã de sexta-feira, o presidente Trump respondeu a perguntas da imprensa quando foi questionado sobre a última vez que falou com o presidente chinês Xi Jinping.
“Não quero comentar sobre isso, mas falei com ele muitas vezes “, respondeu Trump antes de mudar de assunto e perguntar sobre o que exatamente eles discutiram: “Avisarei você no momento apropriado. Vamos ver se conseguimos chegar a um acordo.”
Embora a China tenha anunciado publicamente na quinta-feira que não estava negociando com os EUA sobre comércio, uma reportagem posterior da Reuters afirmou que a força-tarefa do Ministério do Comércio da China está coletando listas de itens que podem ser isentos de tarifas e está pedindo que as empresas enviem suas próprias solicitações.
Washington afirmou que o status quo atual é economicamente insustentável e já ofereceu isenções tarifárias para alguns produtos eletrônicos. Mas Pequim assumiu uma postura mais dura, afirmando estar disposta a lutar até o fim, a menos que os EUA suspendam suas tarifas.
Chang prevê que a disputa tarifária entre a China e os Estados Unidos de Trump “pode continuar por muito tempo”.
“Xi Jinping se encurralou”, disse ele. “E acredito que, se ele chegar a um acordo com os EUA, terá que explicar isso ao povo chinês. Isso vai ser muito difícil para ele.”
“Você não pode dizer: ‘Bem, agora estou lidando com os EUA’, porque isso minaria tudo o que ele disse ao seu próprio povo durante anos”, continuou ele.
Ao avaliar se a China é de fato “realmente vulnerável”, Chang observou os índices negativos de preços ao consumidor e ao produtor do país, reduzindo o produto interno bruto e as receitas fiscais no primeiro trimestre.
“Quando a Índia aplicou tarifas de 12% sobre o aço há alguns dias, isso foi direcionado à China porque eles não queriam que seu mercado fosse inundado com aço chinês que, de outra forma, iria para os EUA. Vocês verão outros países fazendo a mesma coisa, o que realmente significa que a China terá problemas de exportação porque é onde eles estão buscando crescimento”, analisou o especialista.
“Mas eles não conseguem cultivá-lo em um mundo como o que temos hoje. Além disso, quando você acrescenta a desglobalização, essa é uma história muito ruim para Pequim.”
