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segunda-feira, 23 setembro, 2024
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Centro Carter confirma vitória de González sobre Maduro e critica falta de independência na Venezuela

Por Marina B.

O Centro Carter, o maior e um dos poucos observadores independentes das eleições presidenciais na Venezuela, confirmou nesta quinta-feira, 8, a vitória de Edmundo González Urrutia sobre o atual ditador Nicolás Maduro.

Em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, a organização expressou sua preocupação com a falta de independência do Conselho Nacional Eleitoral (CNE) durante o pleito.

Os resultados oficiais divulgados pelo CNE indicam uma vitória de Maduro com 51,95% dos votos. No entanto, com base em dados das atas eleitorais e amostras de votação, o Centro Carter concluiu que González foi o verdadeiro vencedor, embora não tenha divulgado a porcentagem exata.

Ian Batista, analista eleitoral do Centro Carter, criticou duramente a falta de autonomia do órgão eleitoral venezuelano. “Os reitores principais do CNE são nomeados pela Assembleia Nacional, que é totalmente alinhada com o chavismo,” afirmou à Folha. “Não há instituições capazes de equilibrar os Poderes. A Constituição prevê certa independência, mas o chavismo controla todos os altos cargos.”

Centro Carter Retira Funcionários por Questões de Segurança

Após a eleição de 28 de julho, o Centro Carter decidiu retirar seus funcionários da Venezuela por razões de segurança. Embora o relatório final ainda não tenha sido divulgado, as declarações preliminares já provocaram reações do governo de Maduro, que acusou a organização de parcialidade.

O Centro Carter também identificou várias irregularidades, como o uso de recursos estatais em benefício de Maduro e restrições ao registro de eleitores. A atuação do CNE e o uso de propaganda governamental durante a campanha também foram questionados.

Na Venezuela, o sistema de votação é eletrônico, semelhante ao do Brasil, mas com a diferença de que os eleitores depositam um voto impresso em uma urna física lacrada. Cada urna eletrônica imprime uma ata eleitoral ao final da votação, que inclui a contagem de votos, votos brancos, nulos e abstenções. Esses boletins são transmitidos eletronicamente ao CNE por meio de uma rede criptografada, não pela internet. Cópias dos documentos impressos são entregues aos representantes dos partidos presentes na votação, e, ao contrário do Brasil, a ata não é fixada em local público, embora os partidos possam divulgar os boletins livremente.

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